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Política

Reinado promete priorizar saúde e combate à fronteira “escancarada”

Aline dos Santos | 22/10/2014 12:30
Reinaldo (centro) foi entrevistado pelos jornalistas Oscar Ramos Gaspar e Ângela Kempfer. (Foto: Marcos Ermínio)
Reinaldo (centro) foi entrevistado pelos jornalistas Oscar Ramos Gaspar e Ângela Kempfer. (Foto: Marcos Ermínio)

Candidato ao governo do Estado, o deputado federal Reinaldo Azambuja (PSDB) promete uma administração em que saúde será prioridade.

“Se nós tivermos que optar entre colocar recursos para o Aquário ou para funcionamento da saúde, você não tenha duvida, vou optar pela saúde. É inconcebível tirar dinheiro da saúde para colocar dentro do Aquário”, afirmou em entrevista exclusiva ao Campo Grande News.

Outro ponto defendido com veemência foi a segurança na região de fronteira com a Bolívia e Paraguai. “O governo do PT abriu as nossas fronteiras e aceitou que um país como a Bolívia criasse lei local em que você leva carro roubado aqui no Brasil, paga taxa e legaliza esse carro no país vizinho. É um estímulo ao aumento dos roubos e furtos de veículos aqui”, diz.

Em meia hora de entrevista, o candidato também assegurou manter o reajuste escalonado para os professores, investir na criação de carreira de médico para regionalizar a saúde, priorizar política de paz no campo e levar escolas de tempo integral para as regiões mais violentas de Mato Grosso do Sul.

Reinaldo Azambuja tem 51 anos, foi prefeito de Maracaju e deputado estadual. Em 2012, disputou a Prefeitura de Campo Grande, obtendo o terceiro lugar. No primeiro turno da eleição para governador, foi o segundo mais votado, recebendo 516.744 votos.

"Precisamos urgentemente do mutirão da saúde, diminuir essa fila enorme de exames" (Foto: Marcos Ermínio)
"Precisamos urgentemente do mutirão da saúde, diminuir essa fila enorme de exames" (Foto: Marcos Ermínio)
"Ele (Vale Renda) vai continuar. Mas nós precisamos também de crescimento, emprego e renda (Foto: Marcos Ermínio)
"Ele (Vale Renda) vai continuar. Mas nós precisamos também de crescimento, emprego e renda (Foto: Marcos Ermínio)

Transcrição dos principais trechos da entrevista:

Saúde - A saúde de Mato Grosso do Sul vai mal por duas questões primordiais. Primeiro, o subfinanciamento. O TCU (Tribunal de Contas da União) mostrou que o governo deixou de aplicar R$ 38 bilhões na saúde brasileira. Em Mato Grosso do Sul, foram 1.400 leitos fechados em sete anos. A Lei do Rateio tira R$ 230 milhões por ano. A nossa proposta é aplicar acima dos 12% constitucional, que é dever do Estado, buscar o reajuste da tabela do SUS (Sistema Único de Saúde) e fazer a regionalização funcionar. Precisamos urgentemente do mutirão da saúde, diminuir essa fila enorme de exames.

Estrutura no interior – O prédio não resolve o problema da saúde, o que resolve é o atendimento. Em Coxim, tem uma bela obra. Em Ponta Porã, uma ótima construção, mas não tem tem atendimento, carreira de médico de estado para atender os polos regionais de saúde. Colocando recursos, podemos contratar os profissionais. Nova Andradina recebe de R$ 200 mil a 250 mil por mês do governo do Estado. Teríamos que aportar ali na faixa de R$ 1 milhão por mês. Daí, faria sim atendimento dentro do que precisa ser feito. Colocar os investimentos para fazer a regionalização funcionar e diminuir o número de pessoas que vem para Campo Grande.

O médico não vai para o interior porque não tem estrutura. Quando você vê o Hospital Regional de Campo Grande, que abriu concurso público com salário compatível, têm vários profissionais de excelência trabalhando aqui, pessoas que até vieram de fora.

Reajuste dos professores – Para melhorar a qualidade da educação pública em Mato Grosso do Sul, precisamos melhorar o vencimento dos nossos professores. Nós estamos aquém, principalmente em comparação aos professores da rede municipal de Campo Grande. Professor do Estado ganha menos pelas 20 horas. Esse reajuste escalonado em quatro anos é para atingir o nível compatível com a função que eles ocupam. Melhorando o vencimento dos professores, vamos melhorar a qualidade do ensino. E não é só o salário, principalmente a formação continuada. Tem uma evasão grande e uma repetência grande na rede pública do Estado e dos municípios porque o alunos estão conectados com o mundo, mas nas escolas isso não chegou. O pré-sal destina 75% dos recursos para a educação. O grande desafio é que os recursos venham para Estados e municípios. Não tenho dúvida que durante os anos teremos os recursos disponíveis para cumprir.

Escola de tempo integral – A nossa proposta é nas áreas de maior violência. Se você mapear o Estado, você vai ver bairros com extrema violência, aí é onde nós temos que colocar as escolas de tempo integral. Precisamos diminuir a violência na juventude e na infância. Não vamos conseguir fazer 100% das escolas, mas em quatro anos atingir 30% das escolas em tempo integral.

Segurança – O grande problema na segurança pública é que 87% dos gastos são feitos pelos Estados e Municípios. A União só gasta 13%. Segurança de fronteira é responsabilidade do governo federal, as nossas fronteiras estão escancaradas. O governo do PT abriu as nossas fronteiras e aceitou que um país como a Bolívia criasse uma lei local em que você leva um carro roubado aqui no Brasil, paga uma taxa e legaliza esse carro no país vizinho. É um estímulo ao aumento dos roubos e furtos de veículos aqui. Quantas pessoas já foram assassinadas por roubo de veículos. Leva na Bolívia e troca por drogas, a Bolívia é um narco país. Nossa proposta é dobrar o contingente do DOF (Departamento de Operações de Fronteira), que faz um excelente trabalho, aumentar o efetivo policial.

Sisfron – Mato Grosso do Sul tem mais de 1.400 km de fronteira seca. Com a Bolívia, maior produtor de coca do mundo, e Paraguai, maior produtor de maconha do mundo. Temos que cercar nossas fronteiras. O governo federal não pode fugir da sua responsabilidade. Estamos vendo mais um discurso bonito. O Sisfron (Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras), belo programa de vigilância na fronteira, por enquanto não saiu do papel. Precisamos fazer policiamento na fronteira e trabalhar na integração das polícias. Fazer monitoramento digital que São Paulo já faz, câmeras de vigilância. Cercar as fronteiras, fazer vigilância e ter programas sociais.

Fundo de combate à pobreza – O fundo banca o Vale Renda, programa de transferência de renda importante. Hoje, existe a política do medo e do terror, o Partido dos Trabalhadores é profissional nisso. Quem criou o Vale Renda fomos nós, era deputado estadual. Nós propusemos fazer uma emenda criando o 13º. A pessoa mais carente quer comprar um presente, um panetone, uma ceia melhor. Ele vai continuar. Mas nós precisamos também de crescimento, emprego e renda.

Fundersul – Já me posicionei contrário ao pedagiamento das rodovias estaduais. O Fundersul (Fundo de Desenvolvimento do Sistema Rodoviário) atinge praticamente todo o setor produtivo do Estado. Foi feita a concessão da BR-163, precisamos duplicar a BR-262 , de Campo Grande a Três Lagoas, e a BR-267, de Nova Alvorada a Bataguassu, e outras rodovia importantes. Mas logística não é só rodovia. Porto de Corumbá e Ladário é fundamental para o escoamento e desenvolvimento da região. Nos últimos 12 anos, tivemos um discurso e na prática nada aconteceu. Esse governo atual usa dinheiro do povo para investir nos hermanos cubanos, da Venezuela.

"A nossa proposta é nas áreas de maior violência. Se você mapear o Estado, você vai ver bairros com extrema violência, aí é onde nós temos que colocar as escolas de tempo integral" (Foto: Marcos Ermínio)
"A nossa proposta é nas áreas de maior violência. Se você mapear o Estado, você vai ver bairros com extrema violência, aí é onde nós temos que colocar as escolas de tempo integral" (Foto: Marcos Ermínio)
"Precisa sim fazer ampliação de algumas aldeias, mas o maior pedido que os índios tem hoje, fizemos pesquisas em todas as aldeias, é uma saúde de qualidade" (Foto: Marcos Ermínio)
"Precisa sim fazer ampliação de algumas aldeias, mas o maior pedido que os índios tem hoje, fizemos pesquisas em todas as aldeias, é uma saúde de qualidade" (Foto: Marcos Ermínio)

Aquário do Pantanal – Eu acho a construção do Aquário do Pantanal um grande equívoco desse governo. Não priorizaria a construção de um aquário, sendo que nós temos outras prioridades maiores: saúde, segurança educação. Mas ele está aí. O governador disse que vai concluir a obra, vai ter empresas parceiras que vão fazer a manutenção e cobrar aqui um percentual para as pessoas que farão a visitação. Se não tiver que tirar dinheiro do caixa do Estado para bancar a manutenção do aquário é muito melhor. Prefiro pegar dinheiro do caixa do tesouro do Estado e aplicar no Hospital Regional de Coxim, Nova Andradina, Ponta Porã, Aquidauana, do que manter recursos públicos para manutenção do aquário. Se nós tivermos que optar entre colocar recursos para o aquário ou colocar recursos para funcionamento da saúde, você não tenha dúvida, vou optar pela saúde. É inconcebível tirar dinheiro da saúde para colocar dentro do aquário.

Questão indígena – Decisão judicial tem que ser cumprida por qualquer governo sério. Não só pelos índios, mas todos os lados. Mas nó queremos a paz. Nos últimos doze anos, colocaram índio de um lado e produtor do outro; durante séculos convivemos de forma pacífica. O governo do PT conseguiu dividir isso. Eu tenho dito aos indígenas que, no nosso governo, não vou omitir das nossas responsabilidades.

Precisa sim fazer ampliação de algumas aldeias, mas o maior pedido que os índios tem hoje, fizemos pesquisas em todas as aldeias, é uma saúde de qualidade. O índio quer internet, faculdade, bens de consumo que são normais. O problema é que o governo nos últimos doze anos, por uma questão ideológica , aceitou ONGs internacionais vir interferirem no que é nosso. Quero uma política de paz. Se foi a União que titulou, a União indeniza. Se foi o Estado, o Estado indeniza.

Mulher – Mato Grosso do Sul é o quinto Estado mais violento contra as mulheres. Criamos o centro integrado de apoio à mulher vítima de violência. Delegacia da mulher vai funcionar 24 horas. Tem o aluguel social , a mulher se sujeita ao agressor porque tem medo de sair de casa e não ter como sustentar seus filhos. E a empresa amiga da mulher. Ela tem que ter oportunidade de trabalho, tirar a mulher da mão do agressor.

Sistema prisional - Dos presos, 60% são do tráfico internacional de droga. O governo federal lavou as mãos. O Estado vai fazer as PPPs (Parceria Público Privada). Funciona bem em Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina.

Considerações finais – Estamos na reta final e dia 26 você vai tomar a decisão. Quero aproveitar para pedir o seu voto de confiança duas vezes. O voto 45 para o Reinaldo e a professora Rose, a nossa vice que nós mostramos em todas as propagandas, e para o nosso candidato a presidente da República Aécio Neves, quero contar com cada um de vocês.

"Eu acho a construção do Aquário do Pantanal um grande equívoco desse governo. Não priorizaria a construção de um aquário, sendo que nós temos outras prioridades maiores: saúde, segurança educação" (Foto: Marcos Ermínio)
"Eu acho a construção do Aquário do Pantanal um grande equívoco desse governo. Não priorizaria a construção de um aquário, sendo que nós temos outras prioridades maiores: saúde, segurança educação" (Foto: Marcos Ermínio)
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