ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  25    CAMPO GRANDE 32º

Política

Salário maior para médicos do hospital da criança causa polêmica na Câmara

Kleber Clajus | 25/09/2014 13:03
Suplementação de R$ 4,6 milhões para projeto também foi relembrada (Foto: Kleber Clajus / Arquivo)
Suplementação de R$ 4,6 milhões para projeto também foi relembrada (Foto: Kleber Clajus / Arquivo)

Pediatras com salário três vezes superior ao pago aos demais profissionais, centralização do atendimento e o aluguel do Hospital Sírio Líbanês voltaram a causar polêmica, nesta quinta-feira (25), na Câmara Municipal de Campo Grande. A discussão ocorreu um dia após o Conselho Municipal de Saúde vetar a implantação do Hospital da Criança.

Luiza Ribeiro (PPS) ressaltou que o colegiado não é contrário ao reforço no atendimento de pediatria, mas entende que esta não é a prioridade do município carente de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) neonatal e para pacientes da cardiologia, ortopedia e psiquiatria. “Os médicos contratados seriam mais úteis se lotados em postos de saúde e UPAs (Unidades de Pronto Atendimento)”, pontuou.

A divergência de salários, conforme Loester Nunes (PMDB), pode provocar movimento por reajuste que garanta extensão dos benefícios aos demais profissionais de saúde da rede municipal. O parlamentar, que é médico, defende a implantação da unidade pediátrica e espera que as dificuldades no processo de implantação não levem o prefeito Gilmar Olarte (PP) a “lavar as mãos e abandonar” o projeto.

O líder do prefeito, João Rocha (PSDB), justifica que a divergência salarial existe por conta de teto empregado nas demais unidades de saúde, ante a administração diferenciada prevista para o Hospital da Criança. Ele aguarda que a situação não seja judicializada, apesar de relatórios do conselho terem sido encaminhados para o MPE (Ministério Público Estadual).

Thaís Helena (PT) relembrou suplementação aprovada nesta semana que transferiu R$ 4,6 milhões para a unidade pediátrica. “Não houve escolha porque o projeto incluía também merenda e não se separou a questão do hospital. Ninguém está contra [o projeto], mas queremos fazer da forma correta”, comentou a petista.

Repúdio – Na reunião de ontem (24), os 36 conselheiros de saúde também aprovaram uma moção de repúdio aos vereadores por conta da suplementação. Isso porque para garanti-lo se deixou de investir na construção de 10 UBSs (Unidades Básicas de Saúde) previstas no Plano Municipal de Saúde (2012 – 2017).

A coordenadora do Fórum de Usuários do SUS, Cleonice Albres, comenta que com a decisão a própria Secretaria de Saúde deixa de cumprir planejamento previamente aprovado, no qual também estava prevista a construção do hospital municipal a partir do próximo ano. Ela explica ainda que houve orientação para que o Executivo cancele decreto que sobre salários três vezes maiores para pediatras do hospital infantil e de aluguel do Sírio Libanês.

Nos siga no Google Notícias