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Política

Senador boliviano foi atendido por médico e chorou durante estadia em Corumbá

Aline dos Santos | 27/08/2013 10:20
(Prefeito e senador conversaram em hotel. (Foto: Lile Correa)
(Prefeito e senador conversaram em hotel. (Foto: Lile Correa)

Próximo ao quarto que abrigou o exilado político Jânio Quadros, ex-presidente do Brasil, o senador boliviano Roger Pinto, 53 anos, recebeu atendimento médico e conversou com o prefeito de Corumbá, Paulo Duarte (PT), durante a passagem pelo hotel Santa Mônica.

No último sábado, após 21h30 de viagem de carro de La Paz (capital da Bolívia) à fronteira do Brasil, o político boliviano deixou para trás mais de 450 dias de confinamento em um quarto na embaixada brasileira, onde tinha status de asilado político.

“Agi por uma questão humanitária”, afirma Paulo Duarte, que levou um amigo médico para examinar o senador. Segundo o prefeito, Corumbá sempre auxilia os moradores do país vizinho. “Dessa vez, calhou de ser uma pessoa com representatividade nacional, que geraria essa situação toda”, diz Duarte. O prefeito lembra que a cidade presta auxílio na Saúde e tem 700 alunos de origem boliviana na rede municipal de ensino.

Duarte conta que o senador estava abatido e, por diversas vezes, chorou a falar de sua situação. “Conversei longamente com ele. Se emocionou várias vezes, chegou a chorar. Contando que está longe da mulher há mais de um ano. Depressivo, com taquicardia”, relata.

O diálogo foi travado na noite de sábado, antes de Pinto seguir viagem até Brasília. Do ministro Eduardo Saboia, Paulo Duarte ouviu que o senador estava confinado em um quarto minúsculo.

Pinto, acusado de diversos crimes de corrupção na Bolívia, refugiou-se na embaixada brasileira em La Paz em 28 de maio de 2012. Sem citar nomes, Duarte conta que foi solicitado para descobrir se o senador estava em algum hospital da cidade. “Não vou entrar na questão diplomática, foi uma ajuda humanitária”, salienta o prefeito.

O senador é acusado de diversos crimes de corrupção na Bolívia. Em junho, o político foi condenado a um ano de prisão por um tribunal boliviano, que o declarou culpado de danos econômicos ao Estado, calculados em cerca de US$ 1,7 milhão.

A fuga dele para o Brasil derrubou o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e abriu uma crise diplomática. Oficialmente, o senador de oposição só poderia deixar a embaixada mediante salvo-conduto expedido pelo governo boliviano.

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