ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MARÇO, QUINTA  28    CAMPO GRANDE 26º

Política

Senadores de MS comemoram saída de Dilma, mas consideram votação incoerente

Ricardo Campos Jr. | 31/08/2016 15:25
Pedro Chaves diz que perda de direitos políticos deveria ser associada ao impeachment (Foto: Agência Senado)
Pedro Chaves diz que perda de direitos políticos deveria ser associada ao impeachment (Foto: Agência Senado)
Para Moka, quem votou pelo impeachment não deveria ter sido contra a perda dos direitos políticos (Foto: Agência Senado)
Para Moka, quem votou pelo impeachment não deveria ter sido contra a perda dos direitos políticos (Foto: Agência Senado)
Os três senadores de MS votaram a favor tanto da cassação como da perda de direitos políticos (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)
Os três senadores de MS votaram a favor tanto da cassação como da perda de direitos políticos (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

Embora comemorem o impeachment de Dilma Rouseff (PT), os três senadores de Mato Grosso do Sul consideram o resultado da votação incoerente, já que o parlamento manteve os direitos políticos da ex-presidente. Simone Tebet (PMDB), Waldemir Moka (PMDB) e Pedro Chaves (PSC) votaram sim tanto pela saída da petista como pela inabilitação para ocupar funções públicas.

A votação foi dividida em duas etapas. Na primeira foi definida a cassação de Dilma por 61 votos favoráveis, 20 contrários e nenhuma abstenção. Em seguida analisou-se a suspensão dos direitos políticos, quando apenas 42 foram favoráveis quando eram necessários 54 para que a medida fosse aprovada. Outros 36 foram contra e três se abstiveram.

Isso quer dizer que 16 senadores tiveram opiniões divergentes sobre os dois assuntos.

“Na minha avaliação, foi uma questão de coerência. Quem votou pela cassação não poderia ter votado logo em seguida contra a inabilitação. Acho que a constituição é clara: você perde o mandato e por oito anos fica impossibilitado de exercer qualquer função pública”, opina Moka.

Segundo ele, a emenda que permitiu o desmembramento da votação não pode alterar o que diz a constituição.

“Pelo que eu ouvi, ela está inelegível por oito anos por causa de outras lei, que é a Ficha Limpa, já que a votação de um colegiado como esse a impede de concorrer. Agora, ela poderia dar aulas e trabalhar em órgãos públicos pela decisão do Senado. O resultado positivo foi a cassação”, conclui o parlamentar.

Já Pedro Chaves também acredita que a decisão foi contrária à constituição ao desvincular a perda do mandato com a suspensão dos direitos políticos. “Todos os constitucionalistas são muito claros em afirmar isso. Houve uma incoerência muito grande”, opina.

Sobre o processo que levou ao impeachment, ele observa que Dilma perdeu espaço no decorrer dos trâmites, já que nas votações anteriores pela continuidade do processo ela teve mais votos favoráveis.

“Eu acho que agora vamos tentar fazer um amplo pacto nacional, social, envolve todos os segmentos. A ideia do Temer é convocar todos para colaborar para retomar o desenvolvimento, o crescimento, investimento, aumento do emprego. Você tendo maiores investimentos, automaticamente tem mais empregos”, diz o senador.

O Campo Grande News tentou contato com Simone Tebet, mas segundo a assessoria de imprensa, ela está em renunião e deve ir direto para a posse de Michel Temer.

Nos siga no Google Notícias