ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  19    CAMPO GRANDE 29º

Política

Sessão de protesto contra café da manhã tem vaias, gritos e dura só 1h

Aline dos Santos e Jéssica Benitez | 20/06/2013 10:30
Manifestante levou cartaz contra fartura do lanche na Câmara. (Foto: Cleber Géllio)
Manifestante levou cartaz contra fartura do lanche na Câmara. (Foto: Cleber Géllio)
Hoje, onde ficava o polemico café da manhã "de luxo" havia cafezinho e chá para vereadores. (Foto: Jéssica Benitez)
Hoje, onde ficava o polemico café da manhã "de luxo" havia cafezinho e chá para vereadores. (Foto: Jéssica Benitez)

Vaias, gritos, cartazes e duração de apenas uma hora deram o tom à sessão desta quinta-feira na Câmara Municipal de Campo Grande. Hoje, 30 manifestantes protestaram contra a fartura do café da manhã servido aos vereadores. Até ontem, quando foi rescindido, contrato entre a Câmara Municipal e a panificadora Tietê Ltda previa até R$ 76 mil.

Os manifestantes chegaram às 7h30 e saíram às 10h15. Em seguida, a sessão foi encerrada. “Foi votado um projeto, requerimentos”, afirma Marcos Alex (PT) sobre a rapidez no encerramento dos trabalhos. Foi aprovado em primeira discussão o projeto que cria o Dia da Doméstica.

Além de curto, o encontro entre público e vereadores foi tumultuado. A cada tentativa de discurso de parlamentar, as pessoas reagiam com vaias. Para apaziguar os ânimos, o presidente da Câmara, Mário César (PMDB), e os vereadores Paulo Siufi (PMDB), Marcos Alex (PT) e Vanderlei da Silva Matos, o Vanderlei Cabeludo (PMDB), se reuniram com as lideranças dos manifestantes.

Foi feito acordo para que quatro pessoas ocupassem a tribuna por cinco minutos. “O gigante acordou, não vamos parar de lutar”, afirmou Fábio Lechuga. No discurso, disse aos vereadores que o brasileiro ama futebol, mas ama mais os próprios filhos.

Maristela Sanchez relatou que é absurdo café da manhã de R$ 70 mil. “Tenho dois filhos, sou casada e não tenho condições de tomar um café simples”, disse. Na tribuna, citou o vereador Carlos Augusto Borges (PSB), o Carlão, que, segundo ela teria chamado o grupo de “vagabundo”.

A assessoria do vereador disse ao Campo Grande News que houve um equívoco e que o parlamentar não chamou os manifestantes de "vagabundos". Segundo a assessoria, o vereador ocupava a mesa diretora quando foi vaiado, se irritou e desceu para o plenário.

Estudante de psicologia e funcionária de um escritório, Karoline Moreira, de 21 anos, traçou um paralelo entre o café da manhã na Câmara e a falta de alimentos nos Ceinfs (Centros de Educação Infantil). Ela tem uma filha que estuda na rede municipal. “Não queremos luxo, mas igualdade. Por vir aqui hoje, vão descontar R$ 30 do meu salário”, afirmou.

Na atual gestão, o valor do gasto com lanches aumentou para quase R$ 9 mil por mês. A contratação foi por meio de convite. No ano passado, a despesa era de R$ 3,6 mil mensais.

Nos siga no Google Notícias