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Política

Siufi confirma ser responsável por projeto em igreja

Redação | 13/08/2009 13:27

O presidente da Câmara de Campo Grande, Paulo Siufi (PMDB), confirmou há pouco ser o médico responsável pelo projeto internacional implementado na igreja Assembléia de Deus do bairro Amambai, capitaneado pela missão americana Behards Johnson.

No local, fiéis recebem desde segunda-feira atendimentos médicos e odontológicos e medicamentos fracionados. "Sou o médico responsável, sou eu que assino, estive lá hoje, assim como prefeito Nelsinho Trad, recebi os americanos no aeroporto e estive lá no início dos trabalhos. Trata-se se uma ação beneficente, e até de utilidade pública, porque são pessoas carentes. E não estaria funcionando se não tivesse responsáveis de cada conselho", afirmou.

A Vigilância Sanitária Municipal foi acionada e esteve nesta quinta-feira na igreja. Fiscais dos conselhos de Farmácia, de Odontologia, Enfermagem e Medicina também estiveram no local para verificar se os atendimentos respeitam normas brasileiras estabelecidas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Apesar de diversas irregularidades apontadas pelos profissionais, a vigilância não suspendeu os trabalhos, alegando ausência de problemas significativos.

Siufi garante que o trabalho é todo regular, mesmo com todos os indícios de problemas no atendimento.

"Os atendimentos têm características normais, não há nenhum ato ilícito, estas pessoas trabalham legalmente nos Estados Unidos, chegaram ao Brasil com vistos regulares, os medicamentos que eles trouxeram passaram pela alfândega, é um serviço que só traz benefícios à população", defendeu o vereador.

As irregularidades apontadas pelos profissionais começam pelo ambulatório improvisado na igreja, e se agravam com a distribuição de óculos e remédios, em desrespeito às normas brasileiras.

De acordo com o fiscal do Conselho Regional de Farmácia, Carlos Nunes, os medicamentos ministrados são de origem estrangeira e distribuídos de maneira fracionada.

Pela norma brasileira, o medicamento fracionado para venda ou distribuição gratuita deve possuir embalagem própria, com data de validade dentro do prazo para consumo, mas no caso da igreja, estão sendo entregues em saquinhos.

De acordo com o fiscal e farmacêutico da Vigilância, Jeferson Teruya de Souza, quem autoriza a manipulação de remédio estrangeiro no Brasil é a Anvisa. Segundo ele, a coordenação do programa na igreja garantiu que obteve a autorização na agência em Brasília. Mesmo assim, nenhum documento foi apresentado à imprensa.

Outra irregularidade apontada pelos fiscais é quanto à informação aos conselhos. Todos os representantes locais alegaram que não foram informados sobre a atuação dos profissionais estrangeiros.

Para casos como esse, o conselho da respectiva área deve ser informado sobre o nome do estrangeiro, local onde vai atuar e tipo de atendimento que será prestado. Ele também deve ser acompanhado de outro profissional da mesma área com registro no conselho.

A medida é adotada para que sejam repassadas as recomendações necessárias à realização dos procedimentos.

Embora não haja nenhum documento comprovando sua responsabilidade pelo programa, Siufi diz que assumiu o controle dos atendimentos desde o começou. Também informou que a parte odontológica é de responsabilidade do dentista Juliano Stephanini.

No entanto, não soube informar o nome do profissional responsável pela distribuição das medicações, de forma fracionada.

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