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Política

Só três de 16 políticos notificados entregam celulares para o Gaeco

Paulo Yafusso | 28/10/2015 15:06
Vereadora Carla Stephanini e o advogado Rene Siufi chegam à sede do Gaeco no dia 10 de setembro. Ele foi ouvida sobre a cassação de Bernal e ontem retornou para entregar o celular (Foto: Marcos Ermínio)
Vereadora Carla Stephanini e o advogado Rene Siufi chegam à sede do Gaeco no dia 10 de setembro. Ele foi ouvida sobre a cassação de Bernal e ontem retornou para entregar o celular (Foto: Marcos Ermínio)

Apenas os vereadores Vanderlei Cabeludo e Carla Stephanini (ambos do PMDB) e a suplente Juliana Zorzo atenderam a notificação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e entregaram os celulares que agora serão periciados. E vence hoje o prazo de cinco dias para que entreguem os seus aparelhos a vice-governadora Rose Modesto (PSDB) e a deputada estadual Graziele Machado (PR).

Todos fizeram a entrega voluntária ontem, prazo final dado pelo Gaeco. No caso de Vanderlei Cabeludo, o aparelho foi entregue pelo advogado dele sem a senha de acesso, por isso ele retornou hoje com o celular e a senha. A notificação especificava que os aparelhos deveriam ser entregues em uso, com o chip e sem bloqueio.

Os demais vereadores, vereador licenciado e atual secretário Municipal de Governo, Paulo Pedra (PDT), e o prefeito Alcides Bernal (PP), não fizeram a entrega, que não era obrigatória. Atendendo a representação protocolada pelo vereador Edil Albuquerque (PMDB), por meio do seu advogado, Rene Siufi, os celulares agora serão encaminhados para o IC (Instituto de Criminalística).

Assim como foi feito com os 17 celulares apreendidos na Operação Coffee Break, esses aparelhos entregues voluntariamente serão periciados pelo IC com o uso do mesmo equipamento, que permite recuperar mensagens, imagens e vídeos, mesmo que estes tenham sido deletados. É o mesmo utilizado pela Polícia Federal na Operação Lava Jato e também pelo FBI e Cia.

Carla Stephanini fez a entrega acompanhada do advogado Rene Siufi. Ele disse que a vereadora deixou o celular voluntariamente no Gaeco, apenas pretendia retirar os nomes da agenda mas acabou entregando-o como estava. Ao falar sobre os procedimentos até agora adotados pelo Gaeco, o advogado afirmou: “Vamos ver agora o que o Gaeco vai fazer”. Segundo ele, assim como o vereador Jamal Salem, o prefeito Alcides Bernal também não apresentou provas de que houve compra de vereadores para cassá-lo. “Vamos ver se o tratamento será o mesmo”, afirmou.

Siufi disse que em política ocorrem mesmo as negociações, e cita como exemplo a presidente da República Dilma Rousseff, que negocia com o PMDB cargos no governo para conseguir a aprovação de projetos de interesse do Executivo.

Edil Albuquerque entrou com a representação pedindo que o Gaeco apreendesse os celulares dos demais vereadores que participaram da sessão em que Bernal foi cassado, e também do próprio prefeito, a partir das declarações de Jamal Salem de que Bernal teria oferecido dinheiro e cargos para que os vereadores não votassem pela cassação. Ele prestou depoimento ao Gaeco na segunda-feira (26) e não apresentou nenhuma prova. Declarou que “ouviu” de pessoas que estavam no plenário no dia da cassação.

Na Coffee Break foram apreendidos e periciados apenas os celulares dos vereadores alvos da Operação do dia 25 de agosto, alem dos vereadores Otávio Trad, Flávio César (todos do PT do B) Eduardo Romero, à época do PT do B e neste mês filiou-se à Rede Sustentabilidade. O Gaeco havia informado que seriam notificados também os deputados federais Zeca do PT e Elizeu Dionísio (PSDB), mas agora a informação é de que isso não ocorrerá. Porém, o motivo para isso não foi informado. Na época eles eram vereadores e participaram da sessão em que Alcides Bernal foi cassado.

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