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Política

Suspeito de compra de voto, vereador eleito pode perder vaga para petista

Helio de Freitas, de Dourados | 04/10/2016 10:32
Viatura da Polícia Federal em frente à casa de vereador eleito, no dia 28 de setembro (Foto: Helio de Freitas)
Viatura da Polícia Federal em frente à casa de vereador eleito, no dia 28 de setembro (Foto: Helio de Freitas)

A nova composição da Câmara Municipal de Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande, pode sofrer um revés ainda antes da diplomação dos eleitos.

Alvo de operação do Ministério Público e da Polícia Federal quatro dias antes da eleição, o vereador eleito Jânio Miguel (PR) pode perder a vaga se for condenado por crime eleitoral e a anulação dos votos afetaria também a coligação da qual ele fez parte.

Advogados que acompanharam o processo eleitoral consultados pelo Campo Grande News afirmam que se Jânio for condenado por aliciar eleitores, todos os votos dele serão anulados.

Neste caso, a coligação Por Amor a Dourados, da qual Jânio Miguel fez parte, não teria mais sobras suficientes para ocupar a vaga com um suplente e a cadeira iria para a coligação Coragem para Mudar Dourados, formada por PMDB/PROS/PRP/PPL/PT.

Se a decisão da Justiça Eleitoral for pela condenação do candidato republicano por compra de voto, a vaga iria para o primeiro suplente da coligação Coragem para Mudar Dourados, o atual vereador Dirceu Longhi (PT), que teve 1.230 votos.

O cálculo para chegar a essa conclusão é bem complicado, mas está previsto no sistema de eleição proporcional, que é adotado para eleger vereadores e deputados em todo o país.

Batida da PF – Na tarde de quarta-feira passada, promotores eleitorais e a Polícia Federal foram na casa de Jânio Miguel, na casa do empresário Robson Uhde, o “Binho da Erva-Mate”, na empresa dele e em dois postos de combustíveis da cidade. Robson apoiou o candidato republicano.

De acordo com o Ministério Público, a operação cumpriu seis mandados de busca e apreensão expedidos pelo juiz da 43ª Zona Eleitoral, Jonas Hass da Silva Junior, a pedido dos promotores eleitorais Luiz Gustavo Camacho Terçariol, Ricardo Rotunno e Juliano Albuquerque.

Foram apreendidos vários tickets de combustíveis, dinheiro, documentos contendo anotações com indícios de compra de voto, mídia com imagens dos postos de combustíveis, computadores e celulares.

“As buscas foram feitas após indícios de prática de corrupção eleitoral e captação ilícita de financiamento de campanha”, segundo o Ministério Público.

“Os promotores eleitorais vão verificar a farta documentação apreendida, e devem tomar as medidas judiciais cabíveis em relação aos ilícitos eleitorais verificados”, informou a assessoria do MP.

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