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Política

Testemunha chave confirma golpes com utilização de cheques em branco

Edivaldo Bitencourt e Antonio Marques | 27/11/2015 10:48
Empresário Paulo Sérgio foi a primeira pessoa a depor nesta sexta (Foto: Fernando Antunes)
Empresário Paulo Sérgio foi a primeira pessoa a depor nesta sexta (Foto: Fernando Antunes)

O empresário Paulo Sérgio Telles foi a primeira testemunha a depor, na manhã desta sexta-feira (27), na audiência de instrução e julgamento do prefeito afastado, Gilmar Olarte (PP). Ele reafirmou a acusação de que houve a utilização de cheques em branco por assessores do então vice-prefeito, Ronan Edson Feitosa e Luiz Márcio Feliciano.

Presidida pelo desembargador Luiz Cláudio Bonassini da Silva, a sessão começou sem a presença de Olarte, que pediu para ser dispensado. As primeiras perguntas foram feitas pelo coordenador do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), promotor Marcos Alex Vera Carvalho.

Telles confirmou que foi o autor da denúncia ao Gaeco, que desencadeou a investigação que levou a denúncia do prefeito afastado e dois assessores por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Ele contou que soube da operação com cheques em branco por pessoas dentro do PP, partido de Olarte e de Alcides Bernal. Filiado ao partido desde 2012, logo após a vitória da dupla nas eleições daquele ano, Telles disse que um homem chamado Jeferson, que não soube dizer o sobrenome, o procurou para fazer denúncias de que pessoas estariam reclamando sobre o fato de ter passados cheques ao assessor de Gilmar Olarte, então vice-prefeito, Ronan Feitosa.

Telles disse que Jeferson chegou a levá-lo até o Bairro Nova Lima para ouvir uma pessoa, que revelou a ele ter entregue de 12 a 20 folhas de cheques para Ronan Feitosa e que os cheques estavam voltando sem fundos, em razão de o assessor não cobrir os valores combinados.

No entanto, o empresário destacou que não teve cópias dos cheques usados no suposto golpe. Ele contou ainda que Ronan foi lotado na sedesc (Secretaria de Desenvolvimento Econômico) a pedido de Olarte.

O advogado de defesa de Olarte, Jail Azambuja, questionou sobre o trabalho de Telles. Ele negou que tenha sido nomeado para cargo na prefeitura por Bernal, adversário de Olarte. No entanto, confirmou que, na época, freqüentava a prefeitura, mas não diariamente. Segundo ele, as visitas eram necessárias em função de sua atividade de atuar com eventos esportivas na cidade.

O julgamento segue com outras 17 testemunhas. O curioso é que Olarte arrolou como testemunha de defesa, Bernal, que é desafeto, e ex-governador André Puccinelli (PMDB). O chefe do Gaeco também chegou a ser arrolado, mas foi dispensado a pedido do MPE.

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