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Política

Vazamento racha Justiça e Gaeco e TJ usa equipe própria para oficiar prisões

Edivaldo Bitencourt, Aline dos Santos e Paulo Yafusso | 01/10/2015 10:23
Vazamento de prisões pelo MPE irritou magistrado, que não avisou Gaeco do deferimento (Foto: Marcos Ermínio)
Vazamento de prisões pelo MPE irritou magistrado, que não avisou Gaeco do deferimento (Foto: Marcos Ermínio)

O vazamento dos pedidos de prisão e afastamento de 17 dos 29 vereadores rachou os responsáveis pela Operação Coffee Break no Poder Judiciário e no MPE (Ministério Público Estadual). Irritado com o divulgação da ação, o desembargador Luiz Cláudio Bonassini usou uma equipe própria do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) para cumprir os mandados de prisão e ignorou o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).

Bonassini decretou a prisão temporária do prefeito afastado de Campo Grande, Gilmar Olarte (PP), e do empresário João Amorim, dono da Proteco. Eles são acusados de comandar a compra de votos de vereadores para cassar o mandato de Alcides Bernal (PP) em 12 de março do ano passado.

No entanto, o desembargador não gostou do vazamento. Em despacho, ele destacou que a defesa de João Amorim ficou sabendo dos pedidos de prisão antes do próprio magistrado abrir o envelope com o pedido formulado pelo procurador-geral de Justiça, Humberto Brites.

“Não se justificar segredo de Justiça, posto que os fatos foram levados ao conhecimento público, inclusive antes do meu, pois antes mesmo de ter aberto o envelope lacrado, contendo o presente pedido, já havia apresentado petição rogando pelo indeferimento”, destacou.

Para o desembargador não há dúvidas sobre o autor do vazamento. “Houve vazamento do próprio Ministério Público”, destaca Bonassini, para justificar o fim do segredo de Justiça. Ele citou ainda que o escândalo é investigado em duas operações, Lama Asfáltica, da Polícia Federal, e Coffee Break, do Ministério Público.

Irritado com o vazamento, como o Campo Grande News já tinha antecipado, Bonassini decidiu usar a equipe própria para notificar Olarte e Amorim das prisões. A equipe da PM no TJMS, sob o comando do coronel Geraldo Garcia Orti, foi encarregada de notificar os advogados. O Gaeco não foi oficiado pelo desembargador da decisão.

Agora, Olarte e Amorim devem se apresentar a cadeia pública, que fica no 4º Distrito Policial, nas Moreninhas. Se a dupla não for recolhida, o Tribunal de Justiça deve desencadear a operação para prendê-los.
Geralmente nestes casos, quando o Gaeco pede a prisão, o réu fica detido nas celas do Garras.

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