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Política

Vereadores protestam contra decisão do CNJ e demostram ser contra casamento gay

Jéssica Benitez | 16/05/2013 14:47

Mesmo cientes de que a Câmara Municipal de Campo Grande não pode barrar decisão do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) os vereadores da capital fizeram questão de ocupar tempo de sessão para protestar contra a decisão do conselho que obriga os cartórios de todo o Brasil a efetuarem casamento entre pessoas do mesmo sexo.

A exemplo do que ocorre no cenário nacional, grande parte dos parlamentares discursou exaustivamente contra a união classificada como “homoafetiva”, hoje pela manhã. O vereador Paulo Pedra (PDT) foi além de proferir sua opinião, ele rasgou um papel encenando estar rasgando a Constituição Federal já que, na interpretação do pedetista, o casamento civil entre gays é inconstitucional.

A proposta, que foi apresentada pelo presidente do conselho do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Joaquim Barbosa, foi baseada no julgamento do Supremo que considerou inconstitucional a distinção do tratamento às uniões estáveis homoafetivas. “O Joaquim Barbosa é completamente destemperado”, opinou Pedra.

Líder do PSC na Casa de Leis, a vereadora Juliana Zorzo afirmou não ter nada contra homossexuais, mas não está a favor da oficialização da união entre eles por meio do cartório. “Quero somente resgatar o direito de um Estado laico”, resumiu defendendo que padres e pastores não devem ser obrigados a celebrar este tipo de união. Para ela o ideal é que ativistas tanto do lado gay quanto os religiosos entrem em equilíbrio.

Determinado a dar voz ativa ao que pensa, Alceu Bueno (PSL) planeja unir as bancadas evangélica e católica da Câmara para tomar providências contra a medida do CNJ. O vereador disse que criará a “frente da família” e se preciso for irá até Brasília para lutar contra decisões como esta. “Casamento é só entre macho e fêmea”, afirmou Alceu.

Conhecida por defender causas que envolvem o tema "diversidade", Luiza Ribeiro (MD) não deixou passar batido e declarou ser a favor da proposta. “A sociedade precisa exercitar a tolerância com os outros. O Brasil é rico nisso porque promove o direito da dignidade humana”, descreveu.

A vereadora lembrou que, conforme levantamento feito por uma ONG da Bahia, do total de crimes homofóbicos ocorridos em todo o mundo, 44% se concentra no Brasil. Além disso, o país tupiniquim é o primeiro no ranking de violência oriunda da homofobia.

Na opinião do vereador Eduardo Romero (PTdoB) o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo é válido. A questão, porém, não pode se estender à religiosidade. “Não podemos levar isso para igrejas porque religião tem dogmas, cartórios não”, explicou.

Chiquinho Telles (PSD) também defende a liberdade de escolha. “Nós vivemos em um país democrático. Sou totalmente a favor da liberdade. Deus deu o livre arbítrio para todos, sem contar que isso é uma questão federal”, finalizou. A nova resolução foi aprovada na última segunda-feira e entrou em vigor hoje. Conforme o texto qualquer recusa "implicará em imediata comunicação ao respectivo juiz corregedor para as providências cabíveis".

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