Vereadores votam orçamento e título para travestis
A próxima terça-feira (16) promete ser de votação polêmica na Câmara Municipal de Campo Grande. Além do Projeto de Lei que estima a receita e fixa as despesas do Município de Campo Grande, em segunda discussão, os vereadores votarão o título de utilidade pública para a ATMS (Associação das Travestis de Mato Grosso do Sul).
Em 2006, a proposta foi rejeitada pelos vereadores, que foram acusados pela própria associação das travestis de terem agido com preconceito. Novamente, a maior resistência parte de vereadores ligados à igrejas radicalmente contra as manifestações de homossexuais.
Prática corriqueira no parlamento, a concessão de título de utilidade é um passo necessário para que as entidades possam pleitear verbas públicas. Para se ter uma idéia, na mesma semana que o título para a ATMS foi rejeitado, os vereadores aprovaram a mesma honraria à Associação Protetora dos Animais.
Para conseguir aprovar o título de utilidade pública, o autor da proposta, vereador Athayde Nery (PPS), precisará de quorum mínimo de 11 vereadores e da aprovação de maioria simples da Casa (os votos de metade dos vereadores presentes mais um).
Nas contas dele, são pelo menos nove votos favoráveis. Athayde contabiliza como garantidos os votos de Vanderlei Cabeludo, Maria Emília Sulzer, Celso Ianaze e Edmar Neto (os quatro do PMDB), Paulo Pedra (PDT), Marcelo Bluma (PV), Alcides Bernal (PP) e Airton Saraiva (DEM).
Athayde também acredita que o presidente da Casa, Edil Albuquerque, que por presidir à Câmara costuma votar apenas em caso de desempate, é favorável ao título para a Associação das Travestis.
Do outro lado, são pelo menos cinco os votos contrários. São contra a proposta, os vereadores Thaís Helena (PT), Pastor Sérgio (PMDB), Magali Picarelli (PMDB), Gilmar Olarte (PP) e Alex do PT.
