ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUARTA  24    CAMPO GRANDE 29º

Política

Vídeo: Delcídio promete governo tecnológico e de inclusão digital

Ludyney Moura | 28/07/2014 08:00
Delcídio declarou que um forte viés social será a marca de seu governo. (Foto: Marcelo Calazans)
Delcídio declarou que um forte viés social será a marca de seu governo. (Foto: Marcelo Calazans)

O candidato do PT ao Governo do Estado, senador Delcídio do Amaral, abre a rodada de entrevistas do Campo Grande News dos postulantes ao cargo do governador André Puccinelli (PMDB). Dos seis candidatos, o petista é o único que já disputou o comando de Mato Grosso do Sul, em 2006 (quando acabou derrotado pelo atual governador). Ele promete um "governo tecnológico e de inclusão digital".

Delcídio defende um governo com forte viés social, com políticas estaduais de inclusão da população em situação de vulnerabilidade. E prega interação cada vez maior entre os entes da Federação. “Há de ter um preparo para correr atrás dos recursos do Governo Federal, e o governo estadual precisa ser o indutor, para mostrar o caminho das pedras para conseguir esse dinheiro”, declara o senador.

Na entrevista, que durou 45 minutos, o petista respondeu questões que estão sendo usadas por seus adversários, como sua gestão à frente da diretoria de Energia da Petrobras. “Quem quis me desgastar, quebrou a cara”, disse.

O senador também falou sobre a indicação do deputado estadual Londres Machado, parlamentar em seu 11º mandato consecutivo na Assembleia Legislativa, como vice-governador em uma chapa que prega renovação e mudanças. “ É irresponsabilidade invalidar tudo o que foi feito para trás. Temos que reconhecer o que as pessoas fizeram de bom”, alegou.

Prometendo um governo tecnológico e de inclusão digital, o corumbaense Delcído do Amaral quer, aos 59 anos, ser o petista que vai reconduzir o partido ao cargo maior do Executivo sul-mato-grossense.

Confira a entrevista na íntegra:

Transcrição dos principais trechos da entrevista:

Projeto partidário – Eu tenho um projeto diferente (do que foi executado pelo ex-governador Zeca do PT), até porque tenho outro tipo de leitura. Sou corumbaense, engenheiro civil, estudei e morei fora do país, tenho outra leitura de governo e do papel do Estado. Cada governador tem um estilo e um jeito de atuar. Um viés social importantíssimo será a marca do meu governo.

Economia e incentivos fiscais – Trabalhei intensamente nesse projeto (como senador) juntamente com o ministro da fazenda, Guido Mantega, em uma proposta para acabar com a guerra fiscal, que é ruim não só para os Estado, como para a Federação. Apresentamos um projeto de redução gradual, visando a unificação da alíquota, com a criação de dois fundos. Um de compensação para as perdas dos Estado, e outro de desenvolvimento regional, para investimentos em diferentes regiões do país. Mas, essa é uma questão que será equacionada pelo Congresso.

Investimentos – Não adianta atrair investimentos se você não preparar os municípios, com educação, saneamento, infraestrutura e programas de Estado para qualificar a mão de obra. O investimento vindo para o Estado precisa priorizar as pessoas que aqui vivem.

Infraestrutura, transporte e logística – Esse é um ponto extremamente importante. Mato Grosso do Sul não pode ficar de costas para o Oceano Pacífico, para o Paraguai, Bolívia ou o Chile. Precisamos resolver questões de segurança pública com políticas rigorosas para a Fronteira, respeitando sempre as vocações regionais. Mato Grosso do Sul tem que se internacionalizar. Temos uma posição privilegiada, do ponto de vista geográfico, e isso tem de dar competitividade para aquilo que produzimos aqui. Somos cercados por dois grande rios, o Paraguai e o Paraná. Nós temos um estudo que aponta que o retorno mais rápido para os investimentos nessa questão, são na hidrovia do Paraguai e na revitalização da antiga ferrovia Noroeste. Temos as ferrovias que o Governo Federal vai construir, que darão alternativas para o grande potencial que nós temos.

Rodovias – A privatização das rodovias federais foi uma decisão acertada. Além da BR163, nós temos a BR 262 e BR 267 que podem ser concessionadas. Concordo também com a proposta de leiloar rodovias estaduais. Sou à favor das PPP´s (Parcerias Públicos Privadas). Se nós dermos condições, vamos atrair investimentos de fora, como os chineses que estão construindo fábricas em Chapadão do Sul e Maracaju.

Turismo – Estamos muito aquém de um turismo de 1º mundo. Bonito é um espetáculo, um turismo que já caminha para um nível de 1º mundo. Eu consegui, junto à Petrobras, liberar recursos para fazer esgoto em 100% da cidade de Bonito. Já no Pantanal, por anos só tivemos um turismo de pesca, de outras coisas depreciativas, que não geravam renda para a região. Nós precisamos atrair turistas contemplativos, que é aquele que gasta, e não podemos ter vergonha de forma gente para falar outros idiomas, porque o turista que vem de fora quer ser bem tratado. Temos que suar a camisa e ter ousadia para colocar Mato Grosso do Sul no turismo de 1º mundo.

Pantanal – Nós temos de pensar em sustentabilidade e preservação do meio ambiente. Quanto vale a preservação do pantanal? O bioma pantaneiro é o lugar ideal para se consolidar uma universidade e um centro de estudos mundial. Defendemos que o campus da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) se transforme no campus da Universidade do Pantanal. Temos de trabalhar a questão da preservação trazendo recursos de fora. Corumbá tem um potencial e vocação internacional, temos que ter coragem para viabilizar isso.

"O Londres é articulador político muito forte", sobre o candidato a vice (Foto: Marcelo Calazans)
"O Londres é articulador político muito forte", sobre o candidato a vice (Foto: Marcelo Calazans)

Londres Machado – Eu aprendia a ser uma pessoa que reconhece o valor de cada cidadão. O Londres é articulador político muito forte, e ajudando muito na construção política. É irresponsabilidade invalidar tudo o que foi feito para trás. Temos que reconhecer o que as pessoas fizeram de bom. O grupo do Delcídio vem com muita experiência para desenvolver um programa de governo moderno, tecnológico e de futuro.

Tecnologia - O meu governo será marcado pela ampla utilização da digitalização, será um governo tecnológico, com projetos consistentes para levar telefonia e tecnologia para todo o Estado. Vamos descentralizar as ações governamentais para desafogar Campo Grande. Para se ter uma ideia, nos dutos do gasoduto Brasil-Bolívia, responsável por 15% da arrecadação do Estado, correm cabos de fibra óptica, que podemos potencializar levando dados, tele proteção, voz, queremos levar internet e redes digitais para todos. Outra ideia é um cartão onde cada cidadão vai poder marcar consultas e cirurgias.

Educação – Em Paranhos, por exemplo, existe um sistema pioneiro de lousa digital. Nós temos que integrar os jovens e crianças para que se beneficiem do que está acontecendo no mundo. E eu não estou inventando a roda, são iniciativas que deram certo em outros Estados. Temos condições até de socializar o Iphone.

Questão Agrária – O Estado tem que recuperar sua função de planejamento, respeitando a vocação de cada município e região. Há de ter um preparo para correr atrás dos recursos do Governo Federal, e o governo estadual precisa ser o indutor, para mostrar o caminho das pedras para conseguir esse dinheiro. Temos que oferecer uma assistência técnica e a garantia de comercialização dos produtos, e inclusive a moradia.

Gestão fiscal – Não sou irresponsável para prometer o impossível. Eu sei o tamanho da dívida do Estado. O papel de um governador precisa ser de coordenar e planejar, de montar um secretariado técnico, garantir a descentralização e dar suporte aos municípios. É por isso que defendo tanto o municipalismo, sem esquecer de integrar os governos estadual e federal.

Fronteira e Segurança Pública – É claro que precisamos de mais policiamento e armamentos, mas em segurança pública é preciso tecnologia, videomonitoramento, inteligência. Segurança se faz com gente qualificada. Para a fronteira precisamos de uma política de Estado, em parceria com os países vizinhos, com projetos semelhantes de desenvolvimento, e para tudo isso é necessário investimentos.

Petrobras – Estão tentando requentar fatos ocorridos lá atrás. Parece que fui eu quem comprou a refinaria de Pasadena (EUA), mas isso foi em 2006, e eu já era senador desde 2002. Não há nada como os fatos. O TCU (Tribunal de Contas da União) aprovou as contas da diretoria da Petrobras que eu participei, sem registrar prejuízos. Quem quis me desgastar quebrou a cara.

Saúde – Temos que otimizar os espaços já existentes, que estão ociosos. Contratar equipamentos e pessoal para o que já existe, e depois adotar uma série de procedimentos.

Nos siga no Google Notícias