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Política

Vídeo: "Saúde será prioridade no meu governo", afirma Reinaldo Azambuja

Ludyney Moura | 01/08/2014 08:00
Angela Kempfer, o candidato Reinaldo Azambuja, Osmar Bastos e Oscar Ramos Gaspar. (Foto: Marcos Ermínio)
Angela Kempfer, o candidato Reinaldo Azambuja, Osmar Bastos e Oscar Ramos Gaspar. (Foto: Marcos Ermínio)

O deputado federal Reinaldo Azambuja, é a grande aposta do PSDB para voltar a ter um papel de protagonismo em Mato Grosso do Sul. O tucano surpreendeu com uma votação expressiva nas eleições para prefeito de Campo Grande em 2012, e agora quer novamente se destacar no pleito estadual.

Aos 51 anos, Reinaldo fala com exclusividade ao Campo Grande News sobre as principais metas de seu governo. “Precisamos de políticas públicas emergenciais. É preciso curar para depois investir em prevenção. Um governo precisa elencar suas prioridades, e no nosso governo saúde é prioridade”, revela durante a entrevista.

O parlamentar também não poupa críticas ao atual governo. “Se a saúde está em primeiro lugar no pedido da população eu não vou construir aquário”, ataca.

Com a experiência que deu certo em 2012, o “Pensando Campo Grande”, que deu origem ao plano de governo daquele pleito, o PSDB repetiu a dose, e ouviu quase 200 mil pessoas nos 79 municípios do Estado com o “Pensando Mato Grosso do Sul”.

“Fizemos uma radiografia do pensamento das pessoas em cada região do Estado, algumas com pujança econômica e outras de extrema pobreza. Saúde é disparado o maior problema, seguido por segurança pública e educação”, revela Reinaldo Azambuja.

Transcrição dos principais trechos da entrevista:

Pensando Mato Grosso do Sul – Andamos os 79 municípios, entrevistamos mais de 200 mil pessoas, e ouvimos praticamente toda a sociedade organizada do Estado, desde sindicatos, associações, e igrejas. Fizemos uma radiografia do pensamento das pessoas em cada região do Estado, algumas com pujança econômica e outras de extrema pobreza. Saúde é disparado o maior problema, seguido por segurança pública e educação. Esse raio-x muito completo de Mato Grosso do Sul norteou a criação do nosso programa de governo, que foi feito em cima das prioridades elencadas pela população.

Incentivos fiscais – A Lei de Incentivos Fiscais de Mato Grosso do Sul é equivocada, porque o Estado não é igualitário. Nós precisamos diversificar e interiorizar o desenvolvimento, e também investir em qualificação. Temos que cobrar da indústria incentivada disponibilize o chamado primeiro emprego para jovens que muitas vezes estão ociosos. Nós precisamos regionalizar a lei de incentivos, potencializando as regiões com menor desenvolvimento. No nosso governo, cada região terá respeitada sua especificidade, sua potencialidade e suas dificuldades.

Logística – O desenvolvimento engloba produção, agronegócio, indústria e comércio. A lei de incentivos vai de 67% a 100%, e isso precisa ser usado para potencializar a falta de logística momentânea. O grande problema é que perdemos 10 anos com um governo do PT que ficou discutindo ideologia, e só no 11º ano resolver fazer a concessão da BR-163, imagina se isso tivesse sido feito lá atrás. Hoje a rodovia ja estaria duplicada. A ideologia não os deixou aceitarem as privatizações. Mato Grosso do Sul não consegue suportar as dificuldades logísticas e foi um dos grandes prejudicados nesse processo. Nós precisamos potencializar os portos em Porto Murtinho e Corumbá, da hidrovia do Rio Paraguai, que estão sendo sub-utilizados.

Fonte de Financiamento – O Governo Federal causou prejuízos ao país. Desenvolvimento e logística precisam das parcerias públicos-privadas. O Fundersul (Fundo de Desenvolvimento do Sistema Rodoviário de Mato Grosso do Sul) é mal utilizado, e no meu governo vou fazer o rateio dele pelo tamanho da malha viária de cada município, e também permitir a compra de maquinário e equipamento com o dinheiro do Fundo. O Estado tem de ser o indutor do desenvolvimento.

Candidato do PSDB ao governo do Estado, deputado federal Reinaldo Azambuja. (Foto: Marcos Ermínio)
Candidato do PSDB ao governo do Estado, deputado federal Reinaldo Azambuja. (Foto: Marcos Ermínio)

Turismo – Eu sou defensor da integração dos destinos turísticos do Estado. E para isso precisamos de uma política de interiorização. Na região norte temos sítios arqueológicos riquíssimos, belezas naturais que ainda não foram exploradas. Turismo tem que ter eixo e roteiro, e para isso é preciso planejamento. Outra questão importante é a formação de mão de obra para o setor.

Pantanal – Vendê-lo fora do país é importante, mas precisamos fazer o dever de casa aqui dentro. Hoje não temos logística e estrutura para levar o turista, por exemplo, para a estrada parque. Precisamos recuperar as estradas, criar roteiros, oferecer conforto para os turistas. O Estado precisa fazer seu papel e mostrar ao mundo todo que temos essa beleza natural. Será que não está na hora e uma Zona Franca de Corumbá e região? Para preservar o Pantanal. A Zona Franca de Manaus potencializou a cidade e o entorno com desenvolvimento e oportunidades.

Programa de Incentivos – Os últimos programas de incentivos foram criados ainda na gestão do governo Pedro Pedrossian. Hoje nós temos 9 milhões de hectares de pastagem degradadas. Precisamos potencializar outras culturas para otimizar o desenvolvimento. O governador de Goiás, Marconi Perilo (PSDB), instituiu um programa de incentivo à produção de leite que quadruplicou a produção no Estado. Em Mato Grosso do Sul nenhum programa foi criado. Pelo menos 80% das frutas e legumes consumidos aqui vem do Paraná e São Paulo. Estamos há 20 anos sem ter nada para diversificar a produção no Estado.

Saúde – O governo do Estado faz um sub-financiamento do setor. No ano passado ele aplicou 8,44% quanto teria que aplicar 12% de sua receita, e até criou polos regionais, onde só tem hospital e não atendimento. O médico não faz consulta sem diagnóstico. Nós vamos criar consórcios intermunicipais de saúde. Polos de diagnóstico para baratear exames. Os municípios tem obrigação de investir 15% de sua receita em saúde, mas a maioria deles gasta mais de 20%, 25% e até 30% porque o Estado é ausente. Se a saúde está em primeiro lugar no pedido da população eu não vou construir um aquário. Precisamos de políticas públicas emergenciais. É preciso curar para depois investir em prevenção. Um governo precisa elencar suas prioridades, e no nosso governo saúde é prioridade. Vou criar a carreira de médico do estadual, como é no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, para média e alta complexidade. Não precisamos de prédio, mas de bom atendimento.

Política Tributária – O Estado perdeu competitividade por causa da alta carga tributária. Vou diminuir o ICMS do Diesel de 17% para 12%. Se você aumenta o consumo automaticamente aumenta a receita. As pequenas e micro-empresas perderam competitividade. Nós temos que igualar o teto nacional e tirar o ICMS do pequeno e micro empresário. É lógico, se aumentar a base de consumo aumenta a receita.

UEMS – Vou dar autonomia à UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) e condições para que ela leve para as regiões de sub-desenvolvimento ensino técnico para a população. É preciso trabalhar isso com o setor produtivo para formação de mão de obra. Mato Grosso do Sul está ficando com o sub-emprego, nós temos que cobrar das empresas incentivadas sua obrigatoriedade. Cabe a nós fazermos a qualificação.

Educação – Vamos implantar escolas em tempo integral, pois isso está ligado à questão da violência, que aumentou no Mato Grosso do Sul. As escolas vão funcionar das 8h da manhã às 16h em um ambiente saudável. Em Minas Gerais (governada pelo tucano Antonio Anastasia) eles implantaram um sistema de integração das policiais, que deu sensação de segurança à população. Se você leva cultura, educação e lazer para as pessoas você diminui os índices de violência. Outro ponto importante, é que precisamos investir na qualificação dos professores, precisamos ampliar as vagas nas creches. O Congresso definiu que 75% dos recursos do pré-sal serão destinados para educação, e o restante, 25%, para a saúde, e a União está abocanhando todo esse recurso, que é necessário para os municípios atenderem o piso do magistério, a educação continuada, e para que possamos investir em tecnologia e na inclusão digital, para que a escola seja atrativa aos alunos.

Fronteira – Sou defensor da integração na fronteira. São países vizinhos e irmãos. Hoje nossa fronteira está totalmente desguarnecida, já que 87% dos investimentos em segurança pública vem dos Estados, e só 13% da União, e fronteira é um assunto Federal. O Aécio (presidenciável tucano) quer criar uma política de fronteira, em parceria com os Estados, não só para questões de segurança, mas também de vigilância sanitária. Na questão de segurança pública precisamos aumentar o efetivo, fazer a integração dos policiais e qualificá-los.

Considerações finais – Obrigado pela oportunidade. Nós estamos motivados. Mato Grosso do Sul é um Estado de oportunidades. O governo tem que ter transparência, prioridades, planejamento, criar bons programas e trabalhar próximo do cidadão. A população pode contar conosco, vamos fazer uma mudança de verdade e construir um grande tempo.

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