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Política

Violência cresce e propostas para frear criminalidade ganham espaço

Ludyney Moura | 09/08/2014 10:43
O aumento do número de policiais nas ruas está entre as propostas dos candidatos. (Fotos: Arquivo/CGNews)
O aumento do número de policiais nas ruas está entre as propostas dos candidatos. (Fotos: Arquivo/CGNews)
Eles também propõe mais investimentos no aparelhamento das forças policiais.
Eles também propõe mais investimentos no aparelhamento das forças policiais.

O crescente número de homicídios e roubos no Estado aumentou a preocupação da população com a segurança pública. De acordo com dados disponibilizados pela Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), este ano tem sido o mais violento desde 2010. Com a população preocupada com o avanço da criminalidade, os candidatos decidiram dar atenção ao tema e apresentam propostas para solucionar o problema no Estado.

Uma enquete publicada pelo Campo Grande News no começo dessa semana, apontou que para 95% dos leitores do Portal, a violência aumentou este ano em Mato Grosso do Sul. O número de homicídios dolosos na Capital teve aumento de 25%, saltou de 60, de 1º de janeiro a 28 de julho do ano passado, para 75 no mesmo período deste ano.

O número de roubos e furtos também cresceu no Estado. Nos primeiros seis meses de 2014 a população registrou 25.050 boletins de roubos e furtos, sendo 5.047 de roubos e 20.003 de furtos, contra 24.026, 20.192 furtos e 3.834 roubos, no mesmo período do ano passado, um aumento de pouco mais de 4%.

Também houve aumento no número apreensões de entorpecentes. Entre janeiro a julho, as forças policiais do Estado apreenderam 172 toneladas de maconha, número 62% maior na comparação com o mesmo período de 2013, quando a polícia tirou de circulação 106 toneladas da droga. As apreensões de cocaína também subiram de 3,4 toneladas para a 4,6 toneladas.

Apenas na Capital, o número de homicídios dolosos saltou de 61, contra 76 até o final de julho deste ano. Campo Grande também registrou, até julho passado, 784 denúncias de violência doméstica, contra 688 nos primeiro seis meses de 2013. Oito campo-grandenses já foram assassinadas pelo companheiro em 2014, deixando órfão os filhos e a família com um clamor de justiça.

Estes e outros dados criam um clima de incerteza e insegurança na população. Confira as propostas na área de Segurança Pública dos candidatos ao cargo de governador do Estado de Mato Grosso do Sul.

Delcídio – O candidato do PT ao governo do Estado, senador Delcídio do Amaral, apresentou ao todo 18 propostas para o setor em seu plano de governo. Modernizar os mecanismos das forças policiais, ampliar o atendimento e ampliar o número de agentes, estão entre as propostas do petista. “Também vamos aproximar o policial militar da população sul-mato-grossense, fixando-os nas comunidades, de forma continuada, em contato constante, para estabelecimento de vínculos”, declara o senador.

“A primeira providência que Delcídio vai tomar, tão logo assuma o governo, em janeiro, é separar a Justiça da Segurança Pública. Chegamos a conclusão de que não se pode ter na mesma pasta órgãos que cuidam da repressão ao crime com aqueles responsáveis pela custódia dos presos. Por isso, vamos desmembrar a atual Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) em duas. A Secretaria da Segurança vai ter sob seu controle as Polícias Civil , Militar e o Corpo de Bombeiros, enquanto a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos vai abrigar a Agepen, o Procon, as Uneis, o Serviço de Proteção às Testemunhas e as políticas de promoção da defesa e proteção dos direitos e da cidadania”, revelou o coordenador político da campanha de Delcídio, Pedro Chaves dos Santos Filho.

Reinaldo – Para Reinaldo Azambuja, candidato do PSDB ao governo estadual, o Estado precisa dar um destaque especial à região de fronteira. “São 1.517 km de faixa fronteiriça com Bolívia e Paraguai. A região é desguarnecida e serve como porta para o tráfico de drogas e de armas ilegais. As forças de polícia estaduais devem realizar um trabalho conjunto com a Polícia Federal como modo de coibir o crime, para prevenir e dar um basta na inércia do Estado. Vamos resgatar a presença do Estado nos locais onde o governo está ausente”, declarou o tucano.

Reinaldo revela que as oitivas para preparação de seu plano de governo, colocaram segurança como a segunda maior demanda da população. Nas propostas do PSDB ainda estão a ampliação do efetivo e qualificação dos policiais. “Destinaremos recursos para mais viaturas, equipamentos, fardamento e, o essencial, garantiremos salários dignos aos trabalhadores da segurança pública”, afirma.

Nelsinho – Candidato do PMDB a governador, o ex-prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad, que tenta repetir o feito de André Puccinelli (PMDB), atual governador, elogia o correligionário quando fala sobre o setor. “Segurança pública é prioridade no meu governo. O André pegou a segurança desfacelada, tinha 350 viaturas no cavalete. Ele tirou do caos, e eu vou regularizar a situação”, promete.

Dentre as propostas do peemedebista também estão o aumento do efetivo policial, modernização do setor, e proteção mais tecnológica na proteção das fronteiras. “Também vamos colocar a polícia na rua, mais perto do cidadão, e aumentar as Delegacias da Mulher com pessoal especializado e implantar o Atendimento 24 horas”, finaliza.

Evander – Já Evander Vendramini, candidato do Partido Progressista, a segurança pública também passa por áreas como saúde, educação, desenvolvimento, recursos humanos e aparelhamento do setor. “Em nosso governo iremos tratar esse tema com a responsabilidade e o cuidado necessários, porque temos como meta proporcionar qualidade de vida aos cidadãos sul-mato-grossenses”, destaca o pepista.

Evander quer investir no aparelhamento das policiais civil e militar, bem como proporcionar uma maior remuneração a esses servidores. “Nós vamos fortalecer a presença das polícias nas áreas de fronteiras, trabalhando em conjunto com o Governo Federal, e criar as Delegacias da Mulher 24h nas principais cidades de Mato Grosso do Sul”, pontua o candidato.

Monje - Com um discurso mais polítizado, o candidato do PSTU ao governo local, professor Monje, critica as propostas dos adversários. "Um programa para combater a violência nas cidades não será tão fácil como os outros candidatos (PT, PSDB, PMDB e PP) estão querendo apresentar nestas eleições. Mais uma vez vão apelar para mais repressão", dispara Monje.

O socialista quer a desmilitarização das policiais, aponta outros caminhos para a segurança pública. "O fundo dessa violência geral está na profunda desigualdade social existente no Brasil, produto do neoliberalismo e que ficou muito mais latente agora durante a copa do mundo, com a limpeza étnica que aconteceu nos grandes centros urbanos. Não existe solução para a violência sem emprego, educação e bons salários para todos", disse o candidato.

Sidney – O candidato do PSOL ao governo do Estado, Sidney Melo, não respondeu à solicitação até o fechamento da matéria.

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