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Política

''Vou mostrar que sou um cara de boa fé'', diz Delcídio, que contesta prisão

Thiago de Souza | 24/02/2016 17:55
Delcídio disse que vai mostrar que é um cara de boa fé em defesa no Senado. (Foto: Agência Senado).
Delcídio disse que vai mostrar que é um cara de boa fé em defesa no Senado. (Foto: Agência Senado).

"Vou mostrar que sou um cara de boa fé", disse o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), no começo da tarde desta quarta-feira (24), em entrevista em que falou sobre a linha de defesa adotada por seus advogados ao Conselho de Ética do Senado, perseguição por parte de setores da imprensa e, até, da experiência vivida ao longo de 87 dias de prisão. "Pessoalmente, saio muito melhor", analisa.

Delcídio falou ao programa de rádio Noticidade, da FM Cidade. Foi primeira entrevista a um orgão de imprensa de Mato Grosso do Sul após o período na prisão. O senador foi solto na sexta-feira (19), por decisão do ministro Teori Zavascki, do STF (Supremo Tribunal Federal). 

O petista destacou que tem plena convicção sobre sua defesa em processo por quebra de decoro parlamentar no Senado Federal. "O processo tem vícios de origem graves", comenta, em relação à decisão de prendê-lo.

Delcídio explica que não está em prisão domiciliar. Segundo decisão do Supremo, cumpre recolhimento noturno após suas atividades parlamentares. “Isso pode ser dez horas da noite, meia-noite, uma da manhã”, enfatizou, completando: "depois que fazer as coisas (trabalho parlamentar), tem que ir dormir em casa mesmo".

Segundo Delcídio, não procedem informações, noticiadas no começo da semana, de que ele teria coagido colegas de parlamento em troca de garantir a manutenção de seu mandato. Sem citar nomes, atribuiu as notícias a jornalista que teria agido por vingança, após tentativa frustrada de entrevistar, à força, a mãe do parlamentar: "criou constrangimento para uma senhora de 80 anos".

A confusão teria ocorrido em um hotel de Brasília (DF). O estabelecimento teria sido invadido pelo jornalista: "lamentavelmente, neste Brasil, que está de cabeça para baixo, este tipo de coisa acontece", comentou o senador.

Sobre o processo que enfrenta no STF e no Senado, Delcídio apontou erros na investigação desde sua origem. “Eu fui gravado ilegalmente, sem autorização do STF”, apontou. “A conversa que eu tive com a família do Cerveró foi particular, não tinha a ver com meu mandato como senador. Fui apenas socorrer uma família que estava angustiada”, pontuou.

Também afirma que a acusação de integrar organização criminosa, junto a um banqueiro, seu chefe de gabinete e com o advogado de Nestor Cerveró, Edson Ribeiro, não foram apontados pelo Ministério Público Federal na denúncia e, portanto, impedem que ele fosse preso em flagrante e tornasse o crime inafiançável.

Delcídio tirou licença para cuidar da saúde e, nas palavras dele, "zerar o jogo" para voltar bem ao Senado. Disse que foi "compulsoriamente obrigado", principalmente pela família, a se submeter a bateria de exames, exigindo o afastamento das atividades parlamentares no momento.

O senador conclui a entrevista falando dos dias na prisão. Ressalta que leu muito, com objetivo de manter a mente ocupada. "É uma experiência muito difícil, para qualquer pessoa", resumiu.

Ouça abaixo a entrevista na íntegra

Delcídio está convicto de sua defesa junto ao Conselho de Ética do Senado. (Foto: José Cruz/Agência Brasil)
Delcídio está convicto de sua defesa junto ao Conselho de Ética do Senado. (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

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