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Economia

Acesso ao crédito e manejo adequado são desafios da pecuária eficiente

Elci Holsback | 22/11/2016 10:13
Evento aconteceu ontem e reuniu mais de 100 produtores. (Foto: Sindicato Rural)
Evento aconteceu ontem e reuniu mais de 100 produtores. (Foto: Sindicato Rural)
Autoridades no assunto debateram com o público.(Foto: Sindicato Rural)
Autoridades no assunto debateram com o público.(Foto: Sindicato Rural)

Alto desempenho na produção com menor impacto ambiental. Essa é a premissa da Intensificação na Pecuária, que visa, por meio de orientação técnica e integração de culturas, estimular resultados com menor desgaste ou degradação do solo, entre outras iniciativas de preservação por meio da intensificação de investimentos.

O assunto foi tema de palestra na noite desta segunda-feira (21) promovida pelo Sindicato Rural de Campo Grande para mais de 100 produtores, representantes do setor agro e estudantes.

O assunto foi conduzido pelo especialista em nutrição animal da Embrapa Gado de Corte (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Sérgio Raposo Medeiros que destacou a importância dos investimentos na pecuária. Segundo o pesquisador, por meio de ciclos mais curtos e sistemas mais intensos o criador alcançará carne de mais qualidade e melhor genética com retorno garantido.

"Intensificar frequentemente compensa sempre. Em geral a média de custo em assistência para intensificação não chegam a 1% do total dos resultados obtidos em lucratividade", pontua Medeiros.

O palestrante avaliou ainda que, com maior eficiência produtiva os danos ambientais seriam reduzidos significativamente na produção pecuária. "O Brasil tem um dos rebanhos mais significativos do mundo e um dos maiores desafios é a redução na emissão de gás metano. Um animal que não ganha peso, não oferece rentabilidade, mas produz a mesma quantidade de gás. A métrica adotada pelo IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) órgão que avalia o assunto é de 1 kg de gás metano para cada 1 kg de carne produzida. Com o manejo adequado é possível ainda reduzir a quantidade de animais à pasto, produzindo a mesma quantidade de carne com redução de emissão de gás pela metade", acredita Medeiros, que destaca ainda que entre os principais erros do pecuarista está o manejo inadequado das pastagens.

"Sem boa pastagem o animal não ganha peso, é necessário respeitar o limite do solo, o tempo de utilização, senão ocorre a erosão e o solo não capta mais nem água nem os nutrientes necessários", finaliza.

Entre os maiores desafios para uma produção adequada ao meio-ambiente e rentável é o acesso ao crédito. "A demanda de produzir mais com menos enfrente a grande dificuldade de o produtor ter acesso às linhas de crédito para investir em sua propriedade , esse é um dos maiores gargalos da pecuária, já que quando chega ao produtor, o crédito vem com altos juros e burocracia. Há assistência técnica para uma produção maior com impacto menor, mas é necessária adequação, de acordo com cada propriedade. Essa demanda de produzir mais com menos é mundial e produtor está consciente da importância do tripé ambiental, econômico e social", considera o presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, Ruy Fachini.

Programa Terra Boa - Lançado em março deste ano pela Sepaf (Secretaria de Produção e Agricultura Familiar) o programa tem o objetivo de estimular em cinco anos a recuperação de áreas degradadas por meio da ILPF (Integração lavoura-pecuária-floresta). Dos quase 16 milhões de hectares de pasto, cerca de 50% estão degradadas e a perspectiva do Terra Boa é recuperar ao menos dois milhões de hectares no período.

O programa é uma das oportunidades para que o produtor invista em desenvolvimento da propriedade, como defende o titular da Sepaf, Fernando Lamas "A intensificação é decisiva quando se pensa em sustentabilidade e esta é ancorada na integração de sistemas. O Terra Boa vem com a premissa de recuperar áreas degradadas pelo sistema ILPF e com o fundamento do plantio direto, promovendo a recuperação, estratégia de intensificação de toda produção agropecuária", considera Lamas.

O Terra Boa é subsidiado com incentivos do Estado, através de recursos do FCO (Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste) e linhas de crédito na área do fomento do BNDES na área da agricultura de baixo carbono, para financiamentos dos processos de recuperação.

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