Assentados esperam aumentar renda em 70% com horticultura
Um grupo de 13 assentados de Terenos, a 25 quilômetros de Campo Grande, que trabalha com cultivo de maracujá espera aumentar em 70% a renda, a partir de uma horta orgânica que vai render lucros a partir do fim deste mês. Eles aceitaram o desafio de trabalhar com novas técnicas e fizeram a horta depois de participar de curso oferecido pelo Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) entre os meses de junho e agosto.
Os moradores do assentamento reativaram a Coooperana (Cooperativa dos Produtores Rurais do Assentamento Nova Aliança) que irá comercializar a produção de hortaliças dos cerca de cinco hectares na unidade da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) da região.
“A cooperativa já existia há cerca de quatro anos, mas estava sem atividades. Depois do curso de horticultura orgânica, aprendemos como cultivar de maneira saudável para consumo e sustento, tornando o cultivo nosso trabalho”, relatou o membro da cooperativa, Osvaldo Pereira Coutinho.
Segundo Osvaldo, cada produtor assentado tem renda mensal abaixo de R$ 700,00, mas com a comercialização das hortaliças a expectativa é de alcançar R$ 1.200,00 mensais. “A renda irá aumentar, mas o mais importante é a motivação que o curso nos deu. Trabalhar juntos nos dá força, não nos deixa desistir”, destaca.
“Sede de aprender” - Animada com a alternativa, a moradora do do assentamento 7 de Setembro, Rosenilda Lima Duarte, 31 anos, também concluiu o curso de Horticultor Orgânico. A dedicação foi tanta que ela caminhava cerca de três quilômetros diariamnete para participar das aulas. “Queria muito aprender, participar das aulas para aprender fazer horta e assim poder sustentar meus filhos. Esse curso abriu novos horizontes na minha vida”, diz.
Para o instrutor do Senar/MS, Carlos Crestani, responsável pelo curso desenvolvido pelo Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego), o empenho dos alunos dos assentamentos é contagiante. “Na agricultura familiar, e em especial nos assentamentos, os trabalhadores têm ‘sede’ de aprender. As capacitações estimulam o empreendedorismo e a esperança, mostrando melhores caminhos para agregar possibilidades à renda da família”, afirma.