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Economia

Com plantio caseiro, mandioca não exige tecnologia e renda é certa

Caroline Maldonado | 27/01/2015 08:34
Produção média de mandioca é de 21 toneladas por hectare em MS (Foto: Divulgação/Famasul)
Produção média de mandioca é de 21 toneladas por hectare em MS (Foto: Divulgação/Famasul)

Tudo é feito como no passado. Do plantio até a colheita, a mandioca é renda certa para agricultores familiares de Mato Grosso do Sul, porque não exige tecnologia e é de fácil comercialização. O Estado é o 13º que mais cultiva a planta no Brasil, mas o segundo em produtividade, segundo o técnico agrícola Antônio Minari Júnior.

Além do clima favorável, a grande vantagem do cultivo da mandioca é que a planta exige pouco cuidado e há variedades que podem ser colhidas em, no máximo, doze meses. “A fase inicial é de muito cuidado, tem que combater todo o tipo de mato e a partir do momento em que ela fecha, com quatro meses de idade mais ou menos, está resolvido o problema e praticamente não tem mais mão de obra”, explica o especialista.

A área plantada de mandioca em Mato Grosso do Sul é de 35 mil hectares, com produção média de 21 toneladas por hectare, de acordo com Antônio. Com tanta facilidade, clima e solo muito bons, o Estado tem condições para ampliar a produção, na avaliação do técnico agrícola, que é educador do Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso do Sul).

“O cultivo de mandioca é praticamente como foi no passado, artesanal, a colheita manual. Ainda é uma cultura rustica, com isso tem possibilidade de ser trabalhada artesanalmente, tanto que é o símbolo da agricultura brasileira, principalmente familiar”, comenta o técnico, ao destacar que todos os assentamentos ou pequenas propriedades têm pequenas áreas, que são capinadas na enxada, não têm herbicidas para controle de mato, não têm nenhum tipo de adubação química, sendo praticamente orgânicas.

As indústrias, por sua vez, também investem pesado na mandioca, em espacial na região dos municípios de Ivinhema, Nova Andradina e Naviraí, onde estão as indústrias. “Na agricultura empresarial, já são grandes produtores. Essa produção vai direto para a fecularia, são variedades não apropriadas para o consumo humano ou animal”, detalha o técnico, ao lembrar que variedades industriais são mais ricas em amido, apropriadas para serem transformadas em fécula.

O produto orgânico enche os olhos no mercado externo, mas até então apenas grandes indústrias fazem exportação. Em Glória de Dourados, uma dessas unidades, há 15 anos, tem capacidade para produzir 300 toneladas de mandioca por dia. A empresa, segundo o técnico, dedica um período do ano apenas para processar farinha orgânica, que é exportada para outros Estados e países.

Em estande do Senar, técnico agrícola, Antônio Minari Júnior, falou ao governador Reinaldo Azambuja (PSDB) sobre trabalho desenvolvido pela instituição (Foto: Caroline Maldonado)
Em estande do Senar, técnico agrícola, Antônio Minari Júnior, falou ao governador Reinaldo Azambuja (PSDB) sobre trabalho desenvolvido pela instituição (Foto: Caroline Maldonado)

As variedades de mandioca exploradas por agricultores familiares com apoio do Senar foram expostas na 19ª edição do Showtec, ocorrido em Maracaju, entre 21 e 23 de janeiro. A feira, realizada pela Fundação MS, reuniu 12 mil produtores que trocaram experiências e tiveram acesso a informações sobre novas tecnologias.

O evento também teve como parceiros a Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso o Sul), OCB/MS (Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras no Mato Grosso do Sul) e Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul).

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