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Economia

Em três meses, 49 fazendas foram interditadas em Mato Grosso do Sul

Fabiano Arruda | 07/05/2012 15:29
Mais de 200 animais suspeitos de contrabando foram abatidos só em Bela Vista no mês de janeiro; campanha contra aftosa sofreu alterações neste ano em prevenção aos dois focos da doença registrados no Paraguai. (Foto: Divulgação)
Mais de 200 animais suspeitos de contrabando foram abatidos só em Bela Vista no mês de janeiro; campanha contra aftosa sofreu alterações neste ano em prevenção aos dois focos da doença registrados no Paraguai. (Foto: Divulgação)

Sob suspeita de contrabando e irregularidades, como o número do rebanho ser maior do que o declarado, pelo menos 49 propriedades rurais foram interditadas de janeiro e março deste ano pela Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) em Mato Grosso do Sul, segundo dados da SFA/MS (Superintendência Federal de Agricultura).

As irregularidades começaram a ser detectadas durante a Operação Ágata II em que o Exército comandou megaoperação na região de fronteira no combate ao contrabando, bem como a Operação Boiadeiro, que fechou o cerco à entrada de animais na região de fronteira por conta dos últimos dois focos de aftosa registrados no Paraguai entre setembro e janeiro.

Segundo informações do órgão, as fazendas interditadas são acompanhadas de perto com medidas que vão da observação mais rigorosa no controle de animais a obrigatoriedade de passagem por posto de fiscalização.

O aperto contra os possíveis contrabandistas foi reforçado a partir da confirmação dos focos de aftosa em território paraguaio. Em janeiro, só no município de Bela vista, mais de 200 cabeças de gado foram abatidas sob suspeita de contrabando e de serem portadores da aftosa.

Além da região de fronteira com o Paraguai, em Corumbá o monitoramento do rebanho também é incisivo. No município que faz fronteira com a Bolívia, segundo informações da Iagro, foram encontrados animais sem procedência neste ano.

Diante da dificuldade em fiscalizar a fronteira seca, a diretora-presidente da Iagro, Maria Cristina Carrijo, admite que existe o risco da entrada de gado em pé do Paraguai para o Brasil por Mato Grosso do Sul, sobretudo, porque depois do foco de febre aftosa em janeiro o preço do gado no País vizinho caiu drasticamente, o que incita a iniciativa à venda clandestina.

Vacinação - Por conta dos focos no País vizinho, a campanha de febre aftosa neste ano sofreu alterações no Estado. Uma delas é que o pecuarista deve vacinar todo o rebanho de mamando a caducando e não mais até dois anos.

Outra mudança é que autoridades brasileiras e paraguaias têm atuado em conjunto no combate à doença. “Já temos uma viagem programada para o início de maio a Assunção, onde vamos reunir todos os países sul-americanos para traçar estratégias”, revela Carrijo.

“Temos que manter o bom índice vacinal. A decisão de vacinar 100% não foi isoladamente pelo ocorrido em Bela Vista; o fato a contribuir com a decisão porque a sanidade é preventiva e se existe a suspeita de gado contrabandeado, temos que averiguar”, explica a diretora.

O prazo de vacinação contra a febre aftosa na região de fronteira com Paraguai e Bolívia foi prorrogado e segue até o fim deste mês.

Nas demais regiões do Estado, a vacinação de bovídeos e bubalinos nas demais regiões continua seguindo o calendário anterior, que determina a vacinação entre os dias 1º e 31 de maio no Planalto, e 1º de maio a 15 de junho no Pantanal.

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