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Economia

Embrapa recomenda reposição de 30% das vacas reprodutoras por ano em MS

Caroline Maldonado | 27/05/2014 18:36
Embrapa recomenda não descartar a vaca logo na primeira falha, mas dar chance para emprenhar novamente (Foto: Kadijah Suleiman/Embrapa Centro Oeste)
Embrapa recomenda não descartar a vaca logo na primeira falha, mas dar chance para emprenhar novamente (Foto: Kadijah Suleiman/Embrapa Centro Oeste)

A reposição anual do rebanho de matrizes é essencial para manter a produtividade nas propriedades rurais. A Embrapa orienta que os animais que falharam em mais de uma estação de monta e os que estão perto de diminuir a fertilidade sejam descartados. A recomendação é que todo ano sejam repostos 30% dos animais.

De acordo com a pesquisadora da Embrapa Gado de Corte, Alessandra Nicácio, além da idade do animal, o descarte deve considerar vários critérios, tais como falha reprodutiva e temperamento da vaca. “No caso de se trabalhar com inseminação artificial, deve-se avaliar se o animal tem uma condição ginecológica favorável à técnica. Normalmente, o descarte é feito depois do diagnóstico de gestação, que detecta as vacas que falharam. Então, faz-se a análise do histórico do animal, se já falhou outras vezes”, explica a pesquisadora.

Alguns proprietários descartam a vaca que falhou em uma ano, ainda que seja jovem. Isso é chamado de pressão de seleção. A pesquisadora explica que não é necessário abater esse animal, pois ela não é, necessariamente, uma vaca improdutiva. Nesse caso, ela pode até ser vendida para outra propriedade ao invés de ser enviada para o abate. Quanto antes for feito o diagnóstico de gestação, mais rapidamente pode ser realizado o descarte ou o confinamento para que o animal ganhe peso antes de ser vendido ao frigorífico.

Algumas propriedades realizam o diagnóstico mais tardio, junto ao período da desmama. A pesquisadora explica que não há um período mais adequado para esse procedimento. “A decisão sobre o momento do descarte é mais uma decisão administrativa de quando é melhor para a organização da propriedade”, destaca Alessandra.

Pressão de seleção - A novilha torna-se primípara após o primeiro parto. Esse animal ainda está em fase de crescimento e durante o período de pós-parto tem uma necessidade nutricional maior. Portanto, as primíparas costumam ter uma taxa de prenhez mais baixa, o que pode levar à conclusão de que ela tenha falhado e deva ser descartada.

“Desse modo, a propriedade só terá novilhas, vacas velhas e as primíparas que emprenharam. Então é preciso tomar cuidado com o critério de descarte de primíparas para que não se faça tanta pressão de seleção nessa categoria. O ideal é não descartar logo na primeira falha, mas dar a essa vaca uma outra chance para emprenhar novamente”, explica a pesquisadora.

A partir do momento que a vaca tem o segundo parto, ela é considerada multípara. O período ideal entre um parto e outro é de 12 meses. De acordo com Alessandra, para a multípara, caso ocorram duas falhas seguidas, ela pode ser descartada da propriedade, considerando já ser um animal adulto e com peso ideal.

No rebanho de matrizes, a recomendação é que 30% sejam de novilhas, visando não causar grande impacto quando elas se tornarem primíparas. A pesquisadora acrescenta que quando a intenção é aumentar o rebanho, o ideal é colocar mais de 30% de animais ou diminuir o descarte, sempre mantendo essa porcentagem de novilhas. “O que não se pode fazer é colocar muitas novilhas, pois no ano seguinte haverá um número muito grande de primíparas. Por exemplo, se forem colocados 50% de novilhas, no ano seguinte o índice de prenhez será mais baixo”, enfatiza.

Antes de serem colocadas na estação de monta, faz-se a seleção das novilhas avaliando-se quais melhor atendem aos critérios de reprodução, se estão ciclando e têm boa conformação e condição corporal. Muitas novilhas também podem ser usadas como receptoras de embrião. Através dessa técnica, é realizada a superovulação da vaca e, ao invés de ela produzir apenas um embrião, poderá produzir até dez, que serão colocados em outras vacas, as chamadas receptoras.

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