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Economia

Gestão e qualidade são apostas para dobrar produção de leite em MS

Fabiano Arruda | 15/05/2012 17:52
Alternativas para o setor foram discutidas durante o Encontro Técnico do Leite, que reuniu aproximadamente 1,5 mil pessoas em dois dias em Campo Grande. (Foto: Minamar Junior)
Alternativas para o setor foram discutidas durante o Encontro Técnico do Leite, que reuniu aproximadamente 1,5 mil pessoas em dois dias em Campo Grande. (Foto: Minamar Junior)

Para dobrar a produção de leite em Mato Grosso do Sul, que gira em torno de 2,85 litros por dia, número que coloca MS como 12º no País, as entidades ligadas ao setor apostam na profissionalização de aproximadamente 25 mil produtores no Estado.

Esta é uma das principais ideias difundidas durante o 15º Encontro do Leite, no Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo, em Campo Grande, que começou ontem e reuniu aproximadamente 1,5 mil pessoas entre estudantes, profissionais, especialistas e produtores.

Segundo o superintendente do Senar/MS, Clodoaldo Martins Júnior, especialistas do setor acreditam que só por meio da melhoria da gestão é possível aumentar para 5 litros por dia a média produzida em Mato Grosso do Sul. A média nacional é de 3,65 litros por dia.

Isto porque 90% dos produtores no Estado não fazem gestão da produção e tocam o negócio de modo mais informal, frutos da agricultura familiar. “Isto Sem contar se forem empregadas genética e alimentação adequadas, mostra que o potencial produtivo no Estado é grande”, explica.

O gestor do SIF (Serviços de Inspeção Federal) do leite da SFA/MS (Superintendência Federal de Agricultura), Luiz Fernando Martins Araújo, comentou que o mercado no Estado evoluiu drasticamente a partir do ano passado.

Para exemplificar, ele citou uma pesquisa que, em 2011, exigia que o leite pudesse ter 750 mil bactérias por ml e, no período, 35% dos produtores estavam fora da faixa.

No levantamento mais recente, em que a exigência subiu de 600 mil bactérias por ml, a faixa de produtores fora do percentual caiu para 22%.

Segundo ele, o número é reflexo do trabalho de conscientização que prega a importância da profissionalização do campo difundida por órgãos como Conseleite, Senar e SFA.

Professor da UEMS, André Rozemberg, cobra aumento da produção no Estado com utilização de tecnologias diferenciadas, como o manejo rotacionado.
Professor da UEMS, André Rozemberg, cobra aumento da produção no Estado com utilização de tecnologias diferenciadas, como o manejo rotacionado.

“A qualidade tem evoluído a passos largos, o que afasta os aventureiros da produção. Não se pode produzir um alimento tão importante sem exigir a qualidade”, comentou.

Araújo ainda sinalizou que, além do foco na gestão, a remuneração pelo produto de qualidade é um dos desafios do setor, bem como continuar levando informação ao pequeno produtor no interior. “Se a qualidade aumenta, o preço também tem que aumentar”, complementou, ressaltando que fará intercâmbio em estados como Minas Gerais e Paraná em busca da melhora no setor.

Já o professor da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), André Rozemberg, que atua com um grupo de estudos da instituição sobre o setor, prega o aumento da produção, que segundo ele é muito baixa, em comparação à capacidade em Mato Grosso do Sul.

Como saída ele reforçou a alternativa de otimizar a produção no campo, com a utilização de tecnologias diferenciadas como, por exemplo, do manejo rotacionado. Na prática, a técnica consiste em fazer divisões no curral para alimentação animal afim de que a pastagem cresça em tempo satisfatório.

Em relação aos preços pagos por laticínios no Estado, o especialista garante que, em 2012, os valores são os melhores, perdendo apenas para a realidade de mercado registrada no ano de 2008. A média para produção de boa qualidade, segundo ele, gira em torno de R$ 0,60 a R$ 0,70.

Encontro - Durante o 15º Encontro do Leite, que se encerra nesta terça-feira, foram ministradas oito palestras. Um dos temas foi o controle de doenças como técnicas de combate ao carrapato e a mastite, que pode prejudicar em até 40% do rebanho.

Ameaças e oportunidades do setor, cooperativismo, gestão econômica e qualidade na produção também estiveram no centro dos debates.

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