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Economia

Iniciativa pretende recuperar 2 milhões de pastagens degradadas em 5 anos

Elci Holsback | 25/08/2016 11:47
Outros nove municípios de MS receberão reuniões sobre o programa (Foto: Fernando Antunes)
Outros nove municípios de MS receberão reuniões sobre o programa (Foto: Fernando Antunes)

Mato Grosso do Sul conta com 16 milhões de hectares de pastagens das quais, cerca de 50% estão degradadas, fator que compromete  a produtividade e, consequentemente o potencial econômico da pecuária. Com o objetivo de estimular a recuperação dessas áreas por meio da integração lavou-pecuária-floresta, pecuária-floresta e pecuária-lavoura que, a Sepaf (Secretaria de Produção e Agricultura Familiar) e parceiros lançaram em março deste ano o Programa Terra Boa, com a meta de recuperar em cinco anos, ao menos dois milhões hectares de pastagens degradadas.

Na manhã desta quinta-feira (25) produtores rurais, profissionais de Ciências Agrárias e representantes de entidades envolvidas com o programa participaram do I Seminário do Programa Terra Boa, onde o programa de recuperação de pastagens foi detalhado quanto sua atuação e resultados previstos.

De acordo com o coordenador do programa, Rafael Alves, utilizando a metodologia correta, de acordo com a região e produção é possível elevar a produtividade acima dos 560%. "O impacto é muito grande, pois, em uma área degradada, a média de produtividade é de 0,7 a 0,8 cabeça por hectare. Após a recuperação, esse número sobe para 3 a 4 cabeças por hectare, mudando a produção de 3 arrobas por hectare ao ano para 15 a 20 arrobas ao ano por hectare", revela Alves.

Coordenador do programa, Rafael Alves destaca pontos positivos da iniciativa (Foto: Fernando Antunes)
Coordenador do programa, Rafael Alves destaca pontos positivos da iniciativa (Foto: Fernando Antunes)

Não há áreas ou regiões determinadas com maior ou menor degradação no Estado, que foi dividido em dez polos regionais para a implementação do programa, com apoio dos sindicatos rurais e mobilizadores, onde de acordo com o potencial produtivo e de acordo com avaliação técnica, a propriedade recebe orientação sobre qual integração é a mais adequada para a recuperação da pastagem. "O sistema de integração é uma das opções que temos para desenvolver a recuperação que depende da localização e potencial produtivo, não dependendo apenas da pecuária, agricultura ou floresta", avalia o superintendente de Planejamento da Sepaf, Antônio de Souza Oliveira.

O programa Terra Boa conta com incentivo viabilizado pelo Estado, que, através de recursos do FCO (Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste) e linhas de crédito na área do fomento do BNDES na área da agricultura de baixo carbono, financia o processo de recuperação. Segundo o superintendente do Banco do Brasil em MS, Evaldo Emiliano Souza, as taxas variam de acordo com o projeto adquirido. "As taxas podem variar entre 6% e 10% ao ano, tudo conforme o projeto necessário para a área ou interesse do produtor".

O titular da Sepaf, Fernando Lamas, destaca que um dos maiores desafios do setor é a integração entre agricultores e pecuaristas e que esta integração seria de grande ganho para todos os setores da sociedade. "As linhas de atuação são diferentes, mas o trabalho conjunto,´como da integração entre a pecuária, a agricultura e as florestas trariam grande redução na emissão de gases de efeito estufa, beneficiando o meio ambiente, traria desenvolvimento para a pecuária e ainda impulsionaria o setor de grãos, ou seja, ganhos econômicos, ambientais e sociais e este é um dos grandes objetivos deste programa", avalia Lamas.

Além do seminário, o Terra Boa conta com conjunto de iniciativas que constituem o programa. A partir de setembro, os técnicos da Sepaf, indutora do processo, começam a percorrer o interior do Estado, em continuidade às ações de mobilização, quando os 10 polos regionais receberão instruções sobre como inscrever seus projetos e propriedades rurais. Além de Campo Grande, as reuniões serão realizadas nos municípios de Coxim, São Gabriel, Chapadão do Sul, Três Lagoas, Jardim, Naviraí, Dourados, Ponta Porã e Nova Andradina.

O evento desta manhã contou com a participação do Banco do Brasil, Semade (Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico), Crea-MS (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia), Sistema Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), Sefaz (Secretaria de Estado de Fazenda, Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Sistema OCB, Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul) e Astec/MS (Associação das Assistências Técnicas Privadas de Mato Grosso do Sul).

O Seminário Terra Boa faz parte do conjunto de iniciativas que constituem o programa. A partir de setembro, os técnicos da Sepaf, indutora do processo, começam a percorrer o interior do Estado, dando continuidade às ações de mobilização. Ao todo, 10 polos regionais receberão instruções sobre como inscrever seus projetos e propriedades rurais. Além de Campo Grande, as reuniões serão realizadas nos municípios de: Coxim, São Gabriel, Chapadão do Sul, Três Lagoas, Jardim, Naviraí, Dourados, Ponta Porã e Nova Andradina.

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