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Economia

Na abertura da 72ª Expogrande, tom é de otimismo

Redação | 18/03/2010 21:08

Na abertura da 72ª Expogrande, nesta noite no Parque de Exposições Laucídio Coelho, os discursos mostraram otimismo de que a edição deste ano deve superar em lucros das edições anteriores, que amargaram resultados ruins.

No evento, que segue até o dia 28 de março, está prevista a realização de 50 leilões, onde deverão ser comercializadas 15 mil cabeças de gado.

O governador André Puccinelli (PMDB) disse esperar que a exposição deste ano seja melhor que a do ano passado e assim sucessivamente. "Lucro não pode ser estigmatizado como coisa do demônio", explicou.

O senador Delcídio Amaral (PT) também seguiu na mesma linha, defendendo uma Expogrande "melhor a cada ano".

O ministro do Planejamento e ex-secretário do governo Zeca do PT, Paulo Bernardo, em suas poucas palavras relatou que já conhecia a exposição de vários anos em que esteve no governo, como evento reconhecido por dar importância à agropecuária e pecuária no Estado.

Para este ano, os deputados federais Vander Loubet (PT) e Antonio Carlos Biffi (PT) também disponibilizaram recursos via emendas parlamentares federais, assim como Dagoberto Nogueira (PDT), todos presentes nesta noite na Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul).

O governo do Estado também liberou R$ 170 milhões para o evento, um dos mais tradicionais de Campo Grand, conhecido do público pelos shows nacionais.

O prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad (PMDB), lembrou da importância da cultura agropecuária para o Estado. "A pecuária é responsável por 40% da exportação nacional e um terço do PIB (Produto Interno Bruto) nacional".

Segundo o presidente da Acrissul, Francisco Maia, a intenção da feira é internacionalizar os negócios e servir de referência na América Latina.

Apesar de pautar os discursos pelos aspectos positivos do campo, a questão fundiária também foi tema da noite, no palanque da Acrissul.

O prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad (PMDB) manifestou-se hoje, pela primeira vez sobre a conflito entre índios e produtores rurais em Mato Grosso do Sul. "A segurança jurídica é paz no campo", afirmou o prefeito.

Já experientes nesse tipo de debate, os senadores Valter Pereira (PMDB) e Delcídio do Amaral (PT),também falaram sobre os conflitos envolvendo índios das etnias terena e guarani e fazendeiros.

Valter, que é autor do substitutivo à PEC 3/04 (Proposta de Emenda à Constituição), que garante que os proprietários de terras desapropriadas pelo governo federal para a criação de reservas indígenas sejam indenizados, acredita que o Senado vai aprovar sua proposta.

A mudança no texto da Constituição Federal foi aprovada ontem na CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania) do Senado. Para o senador, a aprovação da PEC 03 rompe um paradigma, porque "até hoje não se aceitava o pagamento da terra nua para compor reservas indígenas". "Agora esse artigo perdeu uma perna", frisou.

Francisco Maia, confessou que essa é única solução que os donos de terras tem para receber indenização. "Acontece com os sem terra e não acontecia com os índios", destacou.

Opinião diferente de Valter foi apresentada pelo senador Delcídio Amaral (PT), que salientou não ser preciso retirar o artigo da Constituição. "O governo conhece o problema e eu já havia tratado este assunto. O Lula conhece a realidade dos produtores e por isso não é preciso fazer alterações".

Delcídio engrossa o coro a favor de que os produtores sejam indenizados pelas benfeitorias e pelas terras. "Esse não é o caminho".

O advogado da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), Carlo Daniel Coldibelli Francisco, frisa que apesar da importância da aprovação na CCJ, o processo legislativo continua e a PEC só irá produzir efeitos após sua aprovação final.

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