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Economia

País têm frigoríficos demais e saída é vetar novos financiamentos, diz Abrafrigo

Jorge Almoas | 05/04/2011 16:23

Para não complicar ainda mais a situação dos frigoríficos, garantindo a sobrevivência das plantas frigoríficas existentes, a Abrafrigo (Associação Brasileira de Frigoríficos), defende que o governo federal interrompa o fornecimento de crédito para novos empreendimentos, de modo a reduzir a ociosidade dos frigoríficos.

“Já existem plantas demais e a capacidade ociosa média do setor é de 40%”, explica Péricles Salazar, diretor-executivo da Abrafrigo, que defende a suspensão de todo financiamento pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Sustentável) para novos frigoríficos.

A ociosidade é explicada pela baixa oferta de gado no pasto e a concorrência do setor atacadista de carnes. Por outro lado, o mercado consumidor não dá conta da demanda, o que eleva o preço do produto.

Além da retenção de crédito para novos frigoríficos, a Abrafrigo aponta outras seis medidas para que o setor mantenha-se de pé. Uma delas seria a oferta, pelo BNDES, de linhas de financiamento para empresas em dificuldades, desde que elas ofereçam garantias reais.

Para recuperar o rebanho bovino brasileiro, o governo poderia oferecer crédito aos pecuaristas, com taxa de juros compatível à taxa Selic. Uma quarta proposta é a busca por mercados, como a China, Coréia do Sul, Taiwan e União Européia, para aumentar as exportações brasileiras.

Outra medida seria a criação de medidas compensatórias para frigoríficos exportadores diante da elevada apreciação do real. A sexta providência seria a agilização por parte do governo da monetização de créditos do PIS e COFINS, que são direitos dos frigoríficos exportadores. Segundo Salazar, a medida poderia injetar mais de R$ 600 milhões no setor de frigoríficos.

Por último, a sugestão é elaboração de planejamento de longo prazo, numa parceria entre setor privado e público, para realização de diagnóstico da cadeia produtiva, problemas conjunturais e estruturais, com a elaboração de políticas públicas para o crescimento e desenvolvimento sustentável.

A crise no setor teve início com os focos de aftosa em Mato Grosso do Sul no ano de 2005. O aparecimento da febre aftosa em rebanhos sul-mato-grossenses há quase seis anos resultou na queda de exportações brasileiras, com redução no preço da arroba, abate de matrizes e consequente redução do rebanho.

Passado o período de readequação de estruturas de abate, a crise financeira internacional em 2008 prejudicou a situação, levando pecuaristas a mudaram de ramo, optando pela produção de etanol.

O último baque no setor de frigorífico foi o pedido de recuperação judicial encaminhado pelo Frigorífico Mataboi, em Minas Gerais. A planta frigorífica mineira acumula dívida superior a R$ 360 milhões.

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