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Economia

Para Famasul, relação do produtor com a terra está acima de valor comercial

Nícholas Vasconcelos | 23/11/2012 20:04

O produtor rural vive do cultivo direto da terra e, por isso, estabelece com ela uma relação que está acima de qualquer valor comercial, afirmou nesta quinta-feira (22) Carlo Daniel Coldibelli Francisco, assessor jurídico da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul). A declaração foi dada durante a 50ª Reunião do Conselho Estadual das Cidades, realizada na Assembleia Legislativa, como resposta às declarações de que o direito à propriedade dos indígenas se justifica por sua relação com a terra.

De acordo com a Famasul, números do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam que apenas 18% das propriedades rurais sul-mato-grossenses são de grande porte, integrando a classificação A e B. As estatísticas mostram que 50% dos produtores do Estado pertencem às classes D e E e possuem média de área equivalente a 135 hectares. A classe C, com propriedade média de 314 hectares, perfaz um percentual de 16,7%.

“Gostaríamos que entendessem que a terra é de extrema relevância para esses profissionais rurais, que se dedicam 365 dias por ano, exercendo atividade de sol a sol, em prol do seu sustento. Afirmar que a terra não é sagrada para o pequeno produtor é fechar os olhos para esta realidade”, declarou Coldibelli durante o evento.

O conselho reuniu representantes do agronegócio e indígenas e ofereceu a possibilidade de ambos se manifestarem e expor uma situação que muitas vezes chega à sociedade de forma equivocada. O presidente da CEC/MS e deputado estadual licenciado, Carlos Marun (PMDB), presidiu o debate e alegou que a questão indígena afeta a economia do Estado. “Entendemos a necessidade de trazer a discussão ao conselho por se tratar de dois grupos sociais de extrema importância. Nosso objetivo é visualizar uma solução, uma vez que esta condição afeta diretamente a economia do Mato Grosso do Sul”.

Marun entende as responsabilidades da Funai, mas acredita que ela não seja o órgão adequado para dirimir a situação e defendeu coerência nas discussões e nas atitudes.

O assessor jurídico da Famasul considerou a reunião do conselho produtiva, mas ressaltou que a condição legal e reconhecida juridicamente não pode ser desconsiderada em favor do julgamento baseado meramente em questões ideológicas e emocionais.

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