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Economia

Resistência política barra desenvolvimento do agronegócio, diz ex-ministro em MS

Bruno Chaves | 22/11/2013 17:59

Durante palestra que abordou a influência das decisões políticas no agronegócio brasileiro, o ex-ministro da Previdência Social Roberto Brandt afirmou que o setor é competitivo e moderno, mas tem seu desenvolvimento barrado por causa da resistência “cultural” política.

“O agronegócio enfrenta resistência política também por parte da sociedade. Uma resistência ancorada na cultura da sociedade”, disse durante a 4ª Edição do Seminário MS Agro, realizado nesta sexta-feira (22) pela Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado).

Brandt lembrou que a cultura urbana brasileira está impregnada com a visão do agronegócio dos anos 50, que coloca o campo como um marcador do atraso econômico.

“O agronegócio dos anos 50 trouxe a ideia de que o progresso só chega com as indústrias, mas sabemos que os países mais ricos do mundo são produtores de alimentos”, disse citando os Estados Unidos e a China.

Para Brandt, conceitos como esses, aprendidos até hoje nos bancos das universidades, além do fato de 85% dos brasileiros viverem em médias e grandes cidades, impõem limites ao desenvolvimento do agronegócio.

A produção agropecuária ocupa 27% do território brasileiro, informou o ex-ministro. Para ele, sem o setor, a balança comercial do País apresentaria déficit de US$ 72 bilhões.

O produtor rural Fábio Caminha, 31 anos, que participou do evento, possui uma fazenda na região de Maracaju e avaliou como positiva a iniciativa de se trazer assuntos como economia e política voltada para o agronegócio em um seminário voltado ao produtor.

“É uma forma de ampliarmos nosso conhecimento sobre a questão. Às vezes, ficamos muito focados na produção, na parte técnica e não agregamos um conhecimento mais amplo sobre o setor. Palestras sobre política e economia ajudam no entendimento mais amplo”, avalia.

Economia – Também palestrante do MS Agro 2013, o ex-ministro de Comunicações e atual articulista do jornal Folha de São Paulo, Luiz Carlos Mendonça de Barros, discorreu sobre o tema “Brasil: o fim de um modelo ou um ajuste cíclico?”.

Mendonça de Barros explicou que a economia brasileira vive um momento de estabilidade, após anos de crescimento e que o setor agrícola não sofrerá com a estagnação. “Daqui a dois ou três anos será necessário fazer uma nova política econômica”, diz.

Ele destacou que a renda do brasileiro cresceu 4,7% nos últimos anos e que a demanda por alimentos deve continuar em alta. Mendonça de Barros ainda acredita que o setor será beneficiado com uma demanda interna e externa principalmente a partir de 2014, quando a economia mundial for aquecida.

“A agricultura do Brasil, apesar de suas dificuldades, pode ser o único setor a aumentar sua produção no ano que vem. Ela não tem problema de oferta e depende de menos mão de obra, como a indústria. Também temos que lembrar que há uma revolução tecnológica que vai mudar a agricultura nos próximos anos”, avalia.

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