ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUARTA  24    CAMPO GRANDE 26º

Economia

Sem local para estocar grãos, produtores negociam com preço ruim

Caroline Maldonado | 17/11/2014 08:00
Plano Nacional de Armazenagem prevê investimento de R$ 25 bilhões para os próximos cinco anos (Foto: Marcos Ermínio)
Plano Nacional de Armazenagem prevê investimento de R$ 25 bilhões para os próximos cinco anos (Foto: Marcos Ermínio)

Na safra 2013/2014, 23,4% dos grãos produzidos em Mato Grosso do Sul não tiveram condições adequadas de estocagem. Com isso, do total de 194,6 milhões de toneladas de grãos, produtores tiveram que negociar 45,6 milhões de toneladas o quanto antes, mesmo com preços ruins. A situação, que abrange todo o país, foi discutida durante audiência na CRA (Comissão de Agricultura e Reforma Agrária), do Senado.

O Plano Nacional de Armazenagem, prevê investimento de R$ 25 bilhões para os próximos cinco anos, segundo a Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), mas o processo burocrático na liberação dos recursos preocupa os produtores, segundo o assessor técnico da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), Alexandre Câmara Bernardes.

Na última safra, foram produzidas 194,6 milhões de toneladas de grãos, mas apenas 149 milhões de toneladas foram armazenadas adequadamente. A solução, segundo o assessor, é aumentar os locais de armazenamento dentro das fazendas, a exemplo de países da Europa e Estados Unidos.

Levantamento realizado pela CNA, mostra que apenas 13,6% do total da capacidade armazenadora brasileira é referente a armazéns que estão no interior das fazendas. Nos Estados Unidos, 55% da armazenagem está nas fazendas e na Europa, pelo menos 35% da armazenagem fica nas fazendas.

O setor de armazenagem geral tem que ser 20% superior à produção média das últimas cinco safras, no decorrer dos próximos cinco anos, na opinião de Alexandre, que integra a Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da entidade. “Além disso, segundo estudos recentes, será necessário que o armazenamento dentro da fazenda saia dos 13,6% para algo como 50%”, destacou.

Participaram da audiência na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, representantes do Mapa (Ministério da Agricultura, Abastecimento e Pecuária) e da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

Armazéns – Quatro de 12 unidades armazenadoras que a Conab (Companha Nacional de Abastecimento) mantém em Mato Grosso do Sul estão desativadas. Recentemente, a Conab informou que devem ser colocadas à venda unidades armazenadoras de Glória de Dourados e de Pedro Gomes. O processo de venda faz parte do Plano Estratégico de Modernização da Conab. Os demais armazéns estão em Chapadão do Sul e Campo Grande.

Produtores já tentaram fazer parceria com a Conab para reativar alguns armazéns, mas não tiveram sucesso. Em Chapadão do Sul, a 321 quilômetros de Campo Grande, um dos armazéns não funciona há mais de 13 anos e o outro está fechado há pouco mais de três anos, segundo o membro da diretoria do Sindicato Rural de Chapadão do Sul, Darci Ruy Borgelt. Uma associação de 32 produtores de milho, soja e sorgo tem um galpão próprio, que já não está sendo suficiente para estocar os grãos.

Nos siga no Google Notícias