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Economia

Sistema de integração lavoura/pecuária gera lucro para o agricultor

Produtor ganha dinheiro com engorda de animais e área onde foi plantada brachiária produz de 7 a 10 sacas de soja a mais em época de seca

Carlos Martins | 25/01/2013 10:43
Pesquisador Luís Machado explicou durante a Showtec as vantagens da integração lavoura-pecuária (Foto: Rodrigo Pazinato)
Pesquisador Luís Machado explicou durante a Showtec as vantagens da integração lavoura-pecuária (Foto: Rodrigo Pazinato)

Pesquisas feitas pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) mostram que a soja plantada sobre a palha em solos que receberam anteriormente a brachiária produzem de 7 a 10 sacas de soja a mais em épocas de seca. Diante dessa produtividade e dos ganhos que a integração lavoura/pecuária pode proporcionar, está crescendo em Mato Grosso do Sul o número de agricultores interessados em receber mais informações sobre uma prática que é bastante comum nos Estados do Sul do País.

“A pesquisa mostra que a diversificação dos sistemas melhora a produtividade”, diz o engenheiro agrônomo Luís Armando Zago Machado, pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, de Dourados, que fez uma palestra na Showtec com o tema “Parcerias entre Agricultores e Pecuaristas para Integração de Sistemas”. Segundo o pesquisador, com a brachiária, são resolvidos vários problemas do solo, entre eles erosão e a compactação. A Showtec, realizada no campo experimental da Fundação MS, em Maracaju, começou na quarta-feira (23) e termina na tarde desta sexta-feira.

A soja plantada sobre a palha tem mais disponibilidade de água, porque a raiz da brachiária é mais profunda e favorece a absorção e retenção de água no solo por um maior período de tempo. O plantio da brachiária, além de melhorar fisicamente a terra (correção do solo), pode trazer ao agricultor um retorno financeiro. “Sem gado no pasto não tem renda, se tiver o animal, além de melhorar o solo ainda gera uma renda”, diz o pesquisador.

Parceria vantajosa - Segundo estimativas, o agricultor teria um custo de 80% para investir na engorda de animais em sua propriedade, incluídos aí os custos na compra do gado. O produtor poderá também ter dificuldades para adquirir os animais, principalmente por causa do espaço curto. “Normalmente as pastagens são feitas na safrinha entre uma soja e outra e adquirir animal e vender rapidamente pode significar a perda de dinheiro para quem não conhece bem o sistema”. Por isso, a parceria com pecuarista é vantajosa para os dois lados.

Após as safras da soja e do milho, o agricultor planta o capim que ocupará determinada área por dois a três meses. O pecuarista fornece o gado para a engorda (período que dura de 100 a 120 dias). Na venda, viabilizada pelo pecuarista, o agricultor recebe os lucros em cima do peso que o animal adquiriu durante a engorda, o que gira em torno de 5 a 7 arrobas por cabeça. “O pecuarista tira os animais de sua propriedade e consegue dar melhores condições para os que permaneceram em sua fazenda”, diz o pesquisador da Embrapa.

A parceria também é vantajosa porque plantar a brachiária apenas para cobertura do solo pode trazer problemas para o produtor, pelo excesso de crescimento do capim, o que dificulta o controle. Ao fazer a parceria, o problema será resolvido pelo animal, que irá consumir o pasto. Segundo o pesquisador, a integração lavoura pecuária proporciona também economia no uso de insumos, pois contribui com o controle de plantas daninhas, como a buva, e doenças, além de contribuir para a melhoria da fertilidade do solo.

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