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Educação e Tecnologia

Vítima de golpe, empresária prega cuidado em pagamentos via internet

Renan Nucci | 25/08/2014 13:38
Empresária vítima de golpe e polícia alertam para cuidados contra golpes na internet. (Foto: Marcos Ermínio)
Empresária vítima de golpe e polícia alertam para cuidados contra golpes na internet. (Foto: Marcos Ermínio)

Após perder R$ 183 mil no golpe do falso boleto bancário, a empresária Cláudia Queiroz de Almeida, que trabalha com a venda de materiais para construção em Campo Grande e Dourados, diz que desde então evita incentivar as pessoas a realizarem transações pela internet. Para ela, o meio mais seguro de fazer os negócios é pessoalmente.

“Antes eu recomendava e dizia que as pessoas precisavam se informatizar e perder o medo de fazer pagamentos e outras transações pela internet. Eu sempre tomei muito cuidado e mesmo assim minha empresa acabou no prejuízo. Agora eu recomendo que a melhor maneira seja pessoalmente, indo até os bancos”, conta.

Crime - No mês passado, Cláudia pediu a atualização de boletos de compras de materiais junto ao site oficial do fornecedor. Ela conta que durante o processo, foi automaticamente redirecionada para a página de um banco, onde os boletos foram gerados como de costume. Ela efetuou o pagamento no valor de R$ 183 mil, e em seguida descobriu que o dinheiro caiu na conta de outra pessoa.

Embora o documento tivesse aparência e dados similares aos originais, impressos por ela sem problemas anteriormente, o código de barras estava alterado e transferia os valores para a conta de terceiros. Ela procurou os bancos envolvidos e pediu reembolso ou extorno, mas foi informada que não receberia nenhum centavo de volta. Diante deste cenário, vai procurar a justiça.

“Os bancos não passaram nenhuma informação e alegaram que não vão me restituir. Já procurei um advogado e vou mover uma ação por danos morais”, afirma ela lembrando que os transtornos são imensos. “Tive que vender um rebanho para pagar as contas e se não conseguir reaver este dinheiro na justiça, vou levar anos para recuperar o prejuízo. O que mais me incomoda é que os bancos têm responsabilidade sobre isso, mas se recusam a ajudar”, completa.

Especialistas em informática alegam que ela pode ter sido vítima do vírus de computador “Zeus”. Preocupada com a segurança, ela mudou todo o sistema de informática de suas empresas, mas aponta que as instituições financeiras, por sua vez, deveriam dar mais segurança a seus clientes. “A gente confia nos bancos e acaba assim”, reclama.

Investigações – O caso foi denunciado à Polícia Civil de Dourados. De acordo com o delegado Lupércio Degerone, titular do 1º DP daquele município, a empresa de Cláudia foi alvo de estelionato. Ele explica que as investigações devem começar, inicialmente, através da quebra de dados telemáticos (serviços de informática) e que se preciso, será pedido também a quebra de sigilo bancário a fim de descobrir para quais contas os valores foram direcionados.

“A polícia vai verificar os dados de acesso dela, como IP (Protocolo de Internet) e as páginas acessadas. Se for pertinente, vamos investigar as transações bancárias e saber quem está por traz das contas que receberam o dinheiro no golpe”, explicou ele, dando uma dica simples, mas eficaz contra este tipo de crime.

“Quando o usuário for direcionado para um site suspeito que pede sua senha, por exemplo, basta digitar a senha errada para saber se é seguro ou não. O site original conhece sua senha e se você digitar a errada, ele vai acusar o erro imediatamente. Os mecanismos usados pelos golpistas não, eles vão reconhecer como verdadeira qualquer coisa que você digite”, disse.

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