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Capital

"Dono da rua", flanelinha usa cones e tem "53 clientes mensalistas"

Filipe Prado | 24/05/2014 10:09
Eduil usa cones para marcar as vagas dos clientes (Foto: Marcelo Victor)
Eduil usa cones para marcar as vagas dos clientes (Foto: Marcelo Victor)

Com uma lista de mais de 50 clientes, um flanelinha sustenta a família com a mensalidade de motoristas que estacionam na Rua Edmar Pinto Costa, no Jardim dos Estados. O “dono da rua” não cobra para que as pessoas estacionem no local, mas cada cliente chega a pagar R$ 40 por mês para ele.

Eduil Pereira Santos, 42, que ainda mora com a mãe no Bairro Guanandi, já trabalha como flanelinha há 29 anos. Seguindo o Fórum, ele começou a cuidar carros em vários pontos da cidade, até chegar no seu ponto atual.

Trabalhando cerca de 12 horas por dia, das 6h até as 19h30, Eduil coloca cones para se "apossar" da rua e garantir o lugar de seus clientes. Ele improvisa o um "estacionamento particular" com um apito. Conforme o flanelinha, o espaço deveria ser dedicado somente aos servidores públicos que trabalham próximo ao local.

Ele disse que "ninguém é obrigado a pagar", mas que qualquer colaboração é bem vinda. “Paga quem quer, se não quiser pagar, eu cuido do mesmo jeito”, garante o flanelinha. Ele diz que não tem valor fixo estipulado. "Os motoristas pagam o quanto podem”. No entanto, ele tem até uma lista de mensalistas e recebe de R$ 10 a R$ 40 por mês por cada carro. A lista tem 53 clientes.

Um dos clientes é o servidor público Osney Donizete Ramos, 42. Ele já parou o carro no “estacionamento” de Eduil algumas vezes. “Eu fui muito bem tratado, um atendimento muito bom”, comentou. Ele disse que o “dono da rua” anotou o nome e telefone dele para que, caso acontecesse algo, ele entrasse em contato.

Com a ajuda de um apito, Eduil ajuda os motoristas a estacionarem (Foto: Marcelo Victor)
Com a ajuda de um apito, Eduil ajuda os motoristas a estacionarem (Foto: Marcelo Victor)

“Foi um meio que ele arrumou para se sustentar. Criou uma lista, formou uma clientela”, constatou o servidor público. Osney acha que a presença do flanelinha traz uma segurança maior para os motoristas que precisam deixa o carro estacionado ali. “Eu não vejo nada de errado, ele está trabalhando, é uma segurança a mais”.

E como Eduil afirmou, Osney confirmou que o flanelinha não nenhum valor fixo para os motoristas e eles pagam “de acordo com a consciência de cada um”.

Já o servidor público Flávio Possaf, 54, já conhecia ele desde 2000, quando ele trabalhava próximo a Avenida Fernando Corrêa da Costa. Algum tempo depois ele mudou para o centro, então não teve mais contato com Eduil, o reencontrando este ano. “Eu não conseguia vaga, então resolvi parar com ele, pois vi vários lugares vagos”, explicou.

Ele paga cerca de R$ 10 por semana, para que o flanelinha cuide de seu carro. “É mais barato que parar eu um estacionamento. O parquímetro também não compensa, por que vale somente por duas horas e eu trabalho seis”, ressaltou Flávio.

“Eu nunca tive problemas com ele, sempre cumprimenta e é simpático comigo”, apontou o servidor.

E para a comodidade dos clientes, Eduil sugeriu que as vagas fossem colocadas de uma forma diferente, na transversal, para que “mais carros possam parar, por que eles não podem ficar parados em lugares com parquímetro”, finalizou o “dono da rua”.

De segunda a sexta o estacionamento fica lotado (Foto: Marcelo Victor)
De segunda a sexta o estacionamento fica lotado (Foto: Marcelo Victor)
Ele não tem taxa fixa, mas chega a ganhar R$ 40 de cliente (Foto: Marcelo Victor)
Ele não tem taxa fixa, mas chega a ganhar R$ 40 de cliente (Foto: Marcelo Victor)
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