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Capital

Após 4 mortes, trabalhadores bloqueiam MS-060 pedindo segurança

Francisco Júnior e Mariana Lopes | 10/09/2012 09:55

Trabalhadores bloquearam a pista por cerca de 40 minutos. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Trabalhadores bloquearam a pista por cerca de 40 minutos. (Foto: Rodrigo Pazinato)

Trabalhadores do frigorifico JBS e do curtume Induspan, em Campo Grande, fecharam nesta manhã a rodovia MS-060, que dá acesso ao município de Sidrolândia, por 40 minutos na manhã desta segunda-feira (10), em protesto pela morte de quatro pessoas atropeladas na rodovia.

A última morte registrada na via foi a do funcionário da Induspan, Adriano de Oliveira, de 28 anos. Ele voltava do trabalho, quando foi atropelado por um caminhão, no dia 5 de setembro. O rapaz chegou a ser levado para a Santa Casa, mas não resistiu aos ferimentos.

As outras mortes foram de dois funcionários do curtume e um do JBS. Todas as vítimas estavam de bicicleta seguindo para o trabalho.

O protesto, feito na manhã desta segunda-feira no trecho em frente ao JBS, reuniu cerca de 150 funcionários das duas empresas. Eles reivindicam com urgência a construção de uma ciclovia, iluminação e a instalação de um redutor de velocidade.

O gerente do setor de recursos humanos do JBS, Rubens Bernardo, relata que em setembro do ano passado protocolou no Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte) um pedido para a construção da ciclovia e instalação da iluminação na rodovia.

Segundo ele, a empresa oferece transporte, mas muitos trabalhadores moram próximo ao frigorifico e preferem ir de bicicleta. “ Eles entram às 6 horas, mas tem gente que chega às 5h30 e ainda está escuro”, afirma.

Renato Martins conta que faz aquele trajeto há 16 anos. Ele acha que imprudência é a principal causa dos acidentes na rodovia. (Rodrigo Pazinato).
Renato Martins conta que faz aquele trajeto há 16 anos. Ele acha que imprudência é a principal causa dos acidentes na rodovia. (Rodrigo Pazinato).

De acordo com a funcionária do recursos humanos do curtume, Rosineide Maria de Castro, os ônibus que fazem a linha até o curtume passam em horários esporádicos e por conta disso a alternativa de alguns funcionários é seguir de bicicleta. “Só da nossa empresa três trabalhadores morreram atropelados”.

Há 16 anos Renato Martins Leal, 80 anos, faz o mesmo trajeto para chegar até o Induspan. Ele vai de bicicleta e conhece os perigos da rodovia. Para ele, a imprudência dos motoristas é a principal causa dos acidentes naquele trecho da via. “Segurança sempre precisa, mas todo mundo tem que se cuidar. Nessa rodovia os carros só andam chutados, precisa urgente de um quebra-molas”, alerta.

Uma guarnição da PRE (Polícia Rodoviária Estadual) controlou o trânsito no local durante a manifestação. Conforme o tenente coronel da PRE, Jonildo Teodoro de Olivera, o fluxo de veículo na rodovia é muito grande por conta do acesso às empresas que tem na região e cidades vizinhas. “Como o asfalto é novo, muitos motoristas optam por esse trajeto”.

O coronel informa que entrou em contato com a Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos) para marcar uma reunião com os representantes das duas empresas e a agência. A intenção é que se encontre uma alternativa para que mortes de trabalhadores não voltem a acontecer novamente na rodovia.

O protesto provocou uma grande fila nos dois sentidos da pista. Mesmo tendo que esperar, o motorista Antonio Carlos Medeiros, 45 anos, apóia a reivindicação dos trabalhadores. Ele conta que faz aquele trajeto diariamente e acha muito perigoso o trânsito no local. “ São vidas. Se o povo não se movimentar vai ficar como está e pode até piorar”.

O trânsito já está liberado naquele trecho.

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