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Capital

Cai aprovação do transporte público e na Capital não falta motivo para reclamar

Ricardo Campos Jr. | 14/10/2015 16:56
Lotação é uma das principais reclamações (Foto: Marcos Ermínio)
Lotação é uma das principais reclamações (Foto: Marcos Ermínio)
Demora é outro problema apontado pelos usuários do transporte coletivo (Foto: Marcos Ermínio)
Demora é outro problema apontado pelos usuários do transporte coletivo (Foto: Marcos Ermínio)

Ônibus quebrados, demora, falta de infraestrutura nos pontos e preço alto. Não faltam reclamações ao transporte coletivo em Campo Grande. A situação não é diferente do restante do país, onde a avaliação do serviço piorou entre 2011 e 2014, segundo levantamento encomendado pela CNI (Confederação Nacional das Indústrias) divulgado nesta quarta-feira (14).

Uma das piores deficiências é com relação ao tempo de deslocamento. Em cidades com mais de 100 mil habitantes, como a Capital, 27% dos entrevistados levam de 30 minutos a uma hora para chegarem em seus destinos com transporte público e 23% demoram de uma a duas horas para os trajetos diários.

“Sou de Brasília, lá o ônibus vai direto ao objetivo, aqui dá muitas voltas. Às vezes, quando o motorista quer fazer a hora dele, demora, você está apressado e perde o compromisso”, diz a pizzaiola Meire Santana dos Santos, 33 anos.

Ela utiliza o serviço de duas a quatro vezes na semana. Em cada trecho ela pega pelo menos duas linhas, uma para ir do bairro ao terminal e outra para ir até o Cento, mas afirma que em certas ocasiões, para visitar parentes em regiões mais afastadas, por exemplo, ela faz mais integrações.

“O sistema tinha que ser mais organizado, ir direto. Às vezes você tem um compromisso 7h, tem que sair 5h30. Isso é justo? Eu não acho”, opina.

A vendedora Elza Gomes, 40 anos, demora de 50 minutos a uma hora para sair de casa e chegar ao Centro. Para ela, a quantidade de veículos é insuficiente para atender toda a população. “Demora, poderia ser mais rápido. Os ônibus são muito lotados”, afirma.

“Os ônibus são velhos. Alguns não estão abrindo nem a janela nesse calor. No dia da chuva, tinha água entrando no veículo. É um absurdo”, exclama.

A estudante Kamila de Souza da Silva, 21 anos, mora no bairro Vida Nova e demora uma hora e meia para chegar até o Centro. Contanto trajeto de ida e volta, ela passa pelo menos três horas dentro de um coletivo em deslocamento, tempo que ela considera exagerado.

“A falta de veículos é a principal deficiência. É muita gente e a capacidade [de lotação] é pouca. Se tivesse mais veículos, a média seria menor”, afirma.

Pizzaiola diz que, diferentemente de Brasília, ônibus da Capital dão muitas voltas (Foto: Marcos Ermínio)
Pizzaiola diz que, diferentemente de Brasília, ônibus da Capital dão muitas voltas (Foto: Marcos Ermínio)
Vendedora reclama da qualidade dos coletivos, muitas vezes quebrados (Foto: Marcos Ermínio)
Vendedora reclama da qualidade dos coletivos, muitas vezes quebrados (Foto: Marcos Ermínio)

Crítico - Em 2011, 26% consideravam o transporte público como regular, percentual que cresceu em seis pontos percentuais chegando a 32% em 2014. Já o percentual que avalia o transporte público como ruim ou péssimo passou de 28% em 2011 para 36% em 2014, um acréscimo de oito pontos percentuais, conforme a pesquisa do CNI.

Um quarto dos brasileiros adota o ônibus como principal meio de locomoção. Andar a pé é o meio usado por 22% da população, enquanto o carro é o mais usado por 19% dos entrevistados.

O estudo também fez uma diferenciação entre o meio de transporte preferido e o gênero. Enquanto as mulheres tendem a adotar como principal meio de locomoção o ônibus (transporte público) ou andar a pé, os homens são mais propensos a usar como principal meio de locomoção o automóvel.

Um dado alarmante: quando mais jovens, maior o percentual do uso da motocicleta, veículo conhecido por ser o campeão em acidentes. O aumento da idade leva à propensão a trocar o meio de transporte pelo carro.

Quem usa ônibus passa mais tempo no trânsito, conforme o levantamento. Dos entrevistados desse grupo, 22% levam mais do que duas horas, 28% levam entre uma e duas horas e 51% levam até uma hora em seus deslocamentos diários. O segundo grupo com maior período de deslocamento diário é o dos brasileiros que andam principalmente de ônibus/van fretados.

Pesquisa aponta queda na aprovação do transporte público no Brasil (Foto: Marcos Ermínio)
Pesquisa aponta queda na aprovação do transporte público no Brasil (Foto: Marcos Ermínio)
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