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Capital tem 296 mil infrações, mas “absurdos” escapam da fiscalização

Aline dos Santos | 21/01/2014 13:40
Perigo: criança sem capacete em motocicleta.(Foto: Cleber Gellio)
Perigo: criança sem capacete em motocicleta.(Foto: Cleber Gellio)

A cada dia de 2013, o trânsito de Campo Grande, com sua frota de 472.922 veículos, registrou 810 infrações, num total de 295.993 em todo o ano passado. Os números superlativos computados pelo Detran/MS (Departamento Estadual de Trânsito) chamam atenção, mas, a realidade das ruas mostra que poderiam ser muito maior.

Longe da caneta dos agentes e policiais, e dos dispositivos eletrônicos de fiscalização, toda hora é hora para absurdos no trânsito: furar o sinal vermelho, fazer conversões proibidas, bater um papo pelo celular, levar crianças sem capacete nas motos ou ignorar, solenemente, a faixa amarela que proíbe estacionar. As infrações geram confusão e acidentes, num trânsito já conhecido por não prezar pela gentileza e educação.

Na rua Ceará, esquina com a Piratininga, comerciantes e moradores se uniram para “pacificar” o cruzamento, cenário de acidentes provocados pelas constantes e proibidas conversões à esquerda para quem sobe a Ceará. “Fizemos um abaixo-assinado, o pessoal do prédio assinou, e colocaram semáforo no ano passado. Antes do sinal, era um acidente por semana, melhorou muito agora”, afirma o sócio-proprietário da WD Veículos, José Aparecido Soares, 55 anos.

Porém, não é necessário mais de 15 minutos próximo ao cruzamento para ver condutores que insistem na conversão proibida. “O motorista para e dá seta. O de trás buzina. Aí começa os xingamentos, os elogios às mães”, relata José Aparecido.

O vendedor Renato de Almeida, 27, conta que o trecho ganhou um novo fator complicador. “Abriu uma casa de festa infantil e estacionam na faixa amarela da Ceará, como se pudesse”, diz. Desta forma, a via, já estreita, fica somente com faixa para a passagem dos veículos.

Cruzamento da Ceará com Piratininga ganhou semáforo, mas conversão proibida continua. (Foto: Cleber Gellio)
Cruzamento da Ceará com Piratininga ganhou semáforo, mas conversão proibida continua. (Foto: Cleber Gellio)
Celular e direção registrou 14.729 ocorrências no ano passado. (Foto: Cleber Gellio)
Celular e direção registrou 14.729 ocorrências no ano passado. (Foto: Cleber Gellio)

A faixa amarela, indicativa do proibido estacionar, é a dor de cabeça dos motoristas de táxi na avenida Afonso Pena, próximo à rua 14 de Julho. “São vagas para oito carros, mas quando chega a tarde, ficam cheias. Você buzina, mas não saem. Estacionam e vão embora. Se falar alguma coisa, ainda brigam”, relata o taxista Carlos Roberto Gomes, de 46 anos, 15 de profissão.

Distante da região central, mais flagrantes. No cruzamento das avenidas Três Barras com a avenida Eduardo Elias Zahran, ponto de grande fluxo, bastaram dez minutos para uma motocicleta e um veículo passarem no sinal vermelho.
Na esquina da rua Bahia com a Afonso Pena, no Jardim dos Estados, o semáforo vermelho não impede a passagem de carro e moto.

No dia 12 de janeiro, leitor inconformado, enviou ao Campo Grande News registro de um flagrante. O condutor de um táxi ignorou as vagas sem carro para estacionar em uma destinada a deficientes. A situação foi no estacionamento do Shopping Campo Grande.

Velocidade, semáforo e celular - Das quase 296 mil infrações de trânsito registradas em Campo Grande no ano passado, 72% são relativas a excesso de velocidade, dirigir usando o celular, avançar o sinal vermelho e parar na faixa de pedestre na mudança de sinal.

Na Zahran com a Três Barras, condutor avança sinal vermelho. (Cleber Gellio)
Na Zahran com a Três Barras, condutor avança sinal vermelho. (Cleber Gellio)

A infração campeã é transitar em velocidade superior à máxima permitida em até 20%. Em 2013, essa modalidade de desrespeito ao Código Brasileiro de Trânsito totalizou 121.564 infrações. Em segundo lugar do ranking vem transitar em velocidade superior à máxima permitida em mais de 20% e até 50%, com 31.105 ocorrências. Já dirigir veículo utilizando telefone celular somaram 14.729 infrações no ano passado.

De acordo com o Detran, do total de 295.293 infrações, 108.291 penalidades foram pagas, no valor de R$ 11,7 milhões. O montante das multas é distribuído entre os órgãos autuadores.

Quando acontece uma infração, primeiramente, é enviada uma NA (Notificação de Autuação) e o proprietário do veiculo tem 15 dias para impetrar defesa. Caso não seja aceita ou enviada defesa, o condutor recebe a NP (Notificação de Penalidade) e, novamente, tem prazo para impetrar defesa. Caso não seja aceita, deve ser paga a multa.

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  • (Foto: Claudio Fernandes)
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