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Capital

Duas rotatórias ficam obsoletas e só viadutos acabam com caos

Ricardo Campos Jr. | 13/04/2015 17:16
Na rotatória das avenidas Mato Grosso e Via Parque, especialistas concordam que é necessária intervenção. Polêmica gira entre viaduto e semáforo (Foto: Cleber Gelio / arquivo)
Na rotatória das avenidas Mato Grosso e Via Parque, especialistas concordam que é necessária intervenção. Polêmica gira entre viaduto e semáforo (Foto: Cleber Gelio / arquivo)
Fila de veículos perto da rotatória da Rua Joaquim Murtinho com avenida Eduardo Elias Zahran (Foto: Lucimar Couto)
Fila de veículos perto da rotatória da Rua Joaquim Murtinho com avenida Eduardo Elias Zahran (Foto: Lucimar Couto)

O trânsito trava nos horários de pico em algumas rotatórias de Campo Grande e um cálculo técnico pode apontar quando esse tipo de organização viária perde a eficácia. Especialistas concordam que em certos pontos é necessária pelo menos a intervenção com semáforos para organizar o tráfego, mas existem situações em que nem os sinaleiros adiantam e só um viaduto pode salvar a paciência dos motoristas.

Já é consenso que no encontro das avenidas Gury Marques, Interlagos e Costa e Silva o pontilhão seria a melhor solução para escoar o fluxo, principalmente quando for implantado o corredor do transporte coletivo.

Segundo a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), uma contagem feita em janeiro nesse local apontou que 40 mil veículos passam no local todos os dias. Conforme o órgão, em três dias, foram em torno de 120 mil veículos, sendo 80 mil carros, 10 mil caminhões e ônibus e 30 mil motos.

No caso de um cruzamento comum, quando as vias que se encontram têm duas ou mais faixas, é preciso no mínimo 400 veículos por hora para que seja necessária a colocação de um semáforo. Quando as ruas ou avenidas têm apenas uma faixa cada, utiliza-se, para fins de metodologia, o mínimo de 600 veículos por hora.

“A rotatória torna-se obsoleta a partir do momento em que o fluxo de veículos é muito grande. No cruzamento em frente à fábrica da Coca-Cola, só o semáforo não adianta, ali já não tem mais condições. Tem que ter um viaduto”, diz o engenheiro de tráfego Jorge Monson.

Na opinião do arquiteto e urbanista especialista em trânsito Fayez Rizk, as intervenções melhoram, mas não há uma alternativa que encerre completamente o tempo de espera em um cruzamento.

“Ali na Coca-Cola você tem um fator que são os corredores de ônibus e aí [além do fluxo de veículos] entra outra questão: o coletivo não pode ter o fluxo interrompido, é outro questionamento, outra etapa. No entanto, no trânsito não existe solução definitiva. Tem-se uma melhora, porque cem por cento dos veículos chegarem e passarem na mesma hora não tem como fazer em lugar nenhum”, diz ao Campo Grande News.

Rotatória da Gury Marques necessita de viaduto para ordenar o trânsito (Foto: Marcos Ermínio/arquivo)
Rotatória da Gury Marques necessita de viaduto para ordenar o trânsito (Foto: Marcos Ermínio/arquivo)

Polêmica – Os especialistas têm opiniões diferentes com relação ao cruzamento das avenidas Mato Grosso com a Via Parque, onde a prefeitura pretende instalar semáforos na tentativa de melhorar o congestionamento.

Monson acredita que, a olho nu, o viaduto é a melhor alternativa no local. “Vai ter que ser um semáforo de três tempos. O sinal aberto dura de um minuto a 70 segundos. Se trava em um lado [com sinal vermelho], pensa no tanto de veículos que vai acumular?“, questiona.

Já na concepção de Rizk, o pontilhão é totalmente inviável no local não apenas pelo fluxo de veículos, mas por questões técnicas. “Você teria que desapropriar a área hoje ocupada por um hotel e um pedaço de um condomínio”, opina.

Discussões à parte, são esses os dois únicos lugares em que a construção de pontilhão é pelo menos cogitada. Nos demais, a colocação de um sinaleiro ainda é a solução mais adequada.

“A rotatória da Tamandaré precisa de um semáforo, assim como a Três Barras com a José Nogueira Vieira e a Ceará com a Joaquim Murtinho. Está havendo muito fluxo de veículos nesses locais”, afirma Monson.

Para Rizk, a rotatória deveria interromper o fluxo de todos os entroncamentos, o que não ocorre, por exemplo, no cruzamento da Ceará com a Joaquim Murtinho. Porém, ele não discorda que nesse ponto um semáforo poderia melhorar o trânsito.

“Aquilo é um trevo, uma bifurcação. Em uma rotatória você é obrigado a reduzir a velocidade. Quem sobe a Joaquim Murtinho passa direto. Seria uma rotatória se ali tivesse uma placa de pare”, afirma.

Para o arquiteto e urbanista, é complicado falar que uma rotatória está obsoleta, até porque com todas as intervenções ela continua no local, tendo apenas o fluxo ordenado por outros elementos, além de ser, na visão dele, o meio mais seguro de organização viária.

“Tem uma rotatória em Maringá com oito intersecções, duas delas são rodovias, e a situação foi resolvida com semáforo. Um semáforo dá muito mais acidentes que uma rotatória”, completa.

Rotatória no entroncamento das avendas Três Barras, Marques de Lavradio e José Nogueira Vieira necessita de semáforo (Foto: Alcides Neto)
Rotatória no entroncamento das avendas Três Barras, Marques de Lavradio e José Nogueira Vieira necessita de semáforo (Foto: Alcides Neto)
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