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Capital

Em quatro anos, quase 50 mil acidentes no trânsito de Campo Grande

Nicholas Vasconcelos | 24/07/2012 21:19

Número foi apresentado durante encontro na Capital que discute acidentes de trânsito e que reúne representantes de quatro cidades

Motociclistas são as principais vítimas dos acidentes de trânsito em Campo Grande. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Motociclistas são as principais vítimas dos acidentes de trânsito em Campo Grande. (Foto: Rodrigo Pazinato)

Campo Grande teve 48 mil acidentes de trânsito entre 2006 e 2010. É o que aponta uma pesquisa da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) apresentada nesta terça-feira (24) durante o Seminário de Crimes de Trânsito em Campo Grande. O levantamento também revela que uma média 8 motociclistas morreram por mês nas ruas da cidade.

O encontro faz parte do projeto Vida no Trânsito e é realizado pela SES (Secretaria de Estado de Saúde) e Agetran (Agência Municipal de Trânsito) para criar um padrão para o atendimento dos crimes de trânsito, com base na legislação e também na prevenção deles.

Participam do evento 120 representantes de Campo Grande, Dourados, Corumbá, Três Lagoas, além de alunos em formação da PM (Polícia Militar) e PRF (Polícia Rodoviária Federal). “Nossa ideia é unir esforços, para reduzir o número de acidentes em Campo Grande e também nas outras cidades, como forma de prevenção”, explica a gerente de Vigilância de Doenças Não Transmissíveis da SES, Susana Martins.

Também foram apresentados os dados da redução das mortes no trânsito da Capital, resultado de ações conjuntas entre os órgãos de trânsito e a sociedade. De janeiro a julho deste ano foram registradas 57 mortes no trânsito da cidade, 35 dessas de motociclistas. No mesmo período do ano passado foram 74 mortes, segundo o GGIT (Gabinete de Gestão Integrado de Trânsito).

“Nós precisamos reduzir ainda mais esse número, unir esforços para reduzir em 50% o número de mortes no trânsito de Campo Grande até 2020”, destacou a chefe da Divisão de Educação da Agetran (Agência Municipal de Trânsito), Ivanise Rotta. Durante todo o ano de 2011 a Capital registrou 132 mortes, 82 delas de motociclistas.

Seminário capacita agentes que atendem crimes de trânsito na Capital e interior. (Foto: Pedro Peralta)
Seminário capacita agentes que atendem crimes de trânsito na Capital e interior. (Foto: Pedro Peralta)

Ivanise lembra que os dois principais problemas do trânsito da cidade são a velocidade e também o consumo de álcool, que vitima principalmente os motociclistas. Das 82 mortes desses condutores no ano passado, 56 delas foram provocadas por conduzia as motos e cometeu alguma irregularidade.

“O motociclista precisa saber que ele é o mais exposto, ele não pode ser criminalizado, mas se tiver um comportamento de risco se torna a principal vitima”, destacou.

Desafios

Entre os desafios apresentados no seminário estão a tipificação do crime de trânsito, ou seja, como a infração de trânsito deve ser classificado, como o homicídio doloso, o que faz com que o responsável possa ir a júri popular.

O delegado Fernando Nogueira, da 5ª DP (Delegacia de Polícia), lembra que muitas vezes o responsável por registrar o crime de trânsito não compreende os motivos que fazem com que o crime não se torne um flagrante e o condutor não permaneça preso.

“Nossa legislação tem falhas em alguns pontos, como por exemplo, quando o condutor atropela e permanece no local para prestar socorro ele não pode ser preso”, explica.

O delegado também lembra que é preciso esclarecer os agentes que fiscalizam o trânsito sobre como proceder quando o condutor se recusa a fazer o texto do bafômetro, finaliza.

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