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Capital

Fora de campanha, mortes de ciclistas têm aumento de 62,5% na Capital

Em todo o ano passado, o número de morte de ciclista chegou a 13, mesmo total já registrado em 2014

Aline dos Santos | 18/09/2014 07:51
Bicicleta é retirada da avenida Ernesto Geisel, local de morte de ciclista. (Foto: Marcos Ermínio)
Bicicleta é retirada da avenida Ernesto Geisel, local de morte de ciclista. (Foto: Marcos Ermínio)

Na semana em que o trânsito ganha os holofotes de uma campanha nacional, com enfoque no pedestre, e dados revelam a queda de 18% de óbitos de motociclistas em Campo Grande, surge um novo alerta: 2014 registra aumento de 62,5% no número de mortes de ciclista.

Segundo a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), entre janeiro e setembro deste ano, são 13 óbitos, lembrando que o mês ainda está na metade. No mesmo período de 2013, foram oito óbitos. Em todo o ano passado, o número de morte de ciclista chegou a13, mesmo total já registrado em 2014.

Na última segunda-feira, a vítima foi Matheus dos Santos Benites, 20 anos. Ele morreu em acidente na avenida Ernesto Geisel, na Vila Nhá Nhá. Testemunhas afirmaram que o Gol, conduzido por um idoso, atingiu a bicicleta na pista da direita, próximo do meio-fio. Realizadas por 40 minutos, as manobras de reanimação não surtiram efeito e o ciclista morreu no local.

Ainda conforme os dados do Placar da Vida, o maior número de mortes foi em janeiro, com três óbitos de ciclistas. A estatística considera óbitos no local e mortes ocorridas num período de até 30 dias em decorrência do acidente. A Capital faz parte do Projeto Vida no Trânsito, coordenado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) e realizado em dez países.

Para a coordenadora do projeto Vida no Trânsito e chefe da Divisão de Educação da Agetran, Ivanise Rotta, a segurança do ciclista depende de uma mudança de cultura e hábitos. “A bicicleta é um veículo de propulsão humana, mas tem motorista que não enxerga o ciclista como veículo também. Tem que parar se a bicicleta vem na preferencial”, afirma.

Por sua vez, o ciclista precisa seguir as regras de circulação, parar no sinal vermelho, ou seja, atender as normas de trânsito para veículos. “Campo Grande é a terceira cidade em extensão de ciclovia, mas há lugares em que as bicicletas concorrem com os carros”, salienta a coordenadora.

O ciclista também deve adotar equipamentos de proteção. “Os óbitos são porque não utilizam capacete. É o ciclista trabalhador. Precisa criar a cultura do capacete”, afirma Ivanise. Ela lembra que quem utiliza a bicicleta para lazer se cerca de cuidados como capacete, roupas refletivas.

Progresso – Também sobre duas rodas, os motociclista estão no topo do ranking de mortes no trânsito em Campo Grande. Contudo, o comparativo entre 2013 e 2014 mostra que houve progresso em salvar vidas. Em 2013, foram 50 mortes de condutores de moto entre os meses de janeiro e setembro. Neste ano, até agora, são 41 óbitos, perfazendo redução de 18%.

“Quando a gente tem o resultado positivo, não é de uma só ação, mas um conjunto de fatores contribui para que atinja os objetivos. Com metas e ações para quem está mais vulnerável no trânsito”, afirma a coordenadora do Vida no Trânsito. O grande número de mortes de motociclista é uma realidade verificada desde 2011.

A estratégia para reduzir os óbitos no trânsito incluem fiscalização, educação e engenharia de tráfego. As blitze retiram condutores sem CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e menores de idade. Já as palestras têm a missão de sensibilizar os motociclista sobre como sua postura pode resultar em acidentes.

“Porque consciência todos tem, falta estar sensível. E nunca se falou tanto em trânsito”, diz Ivanise. As palestras sobre o trânsito já fazem parte da programação da maioria das Sipat (Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho), eventos realizado pelas empresas.

Desta forma, medidas simples, como o uso do capacete, ganha força. “Quem entende que o capacete é para sua segurança, usa em qualquer lugar”, pondera. Atitude  que difere, por exemplo, de quem dispensa o uso nos bairros por acreditar estar livre de multas.

No quesito engenharia, a coordenadora destaca o reforço na sinalização, colocação de semáforos e alteração de ruas para mão única.

Semana para educar - A Semana Nacional de Trânsito será realizada entre hoje e 25 de setembro. O tema é “Década Mundial de Ações para a Segurança do Trânsito – 2011/2020: Cidade para as pessoas: Proteção e Prioridade ao Pedestre”. Diante do cenário local, a Agetran inseriu a temática dos motociclistas.

Em Campo Grande, houve redução de 37,5% no número de óbitos de pedestres entre 2013 e 2014. Ao todo, a Capital registrou 116 mortes no trânsito em 2013. Neste ano, foram 71.

A Agetran fará abordagens educativas, palestras, peça teatral, blitz, palestra, sorteio, doação de sangue e Clube do Setinha nas escolas e na Câmara Municipal.

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