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Capital

Morta em acidente, jornalista deixou a carreira para cuidar dos filhos

Renan Nucci e Flávia Lima | 12/01/2015 10:44
Família se reuniu para dar o último adeus durante velório na capela do Cemitério Memorial Park. (Foto: Marcelo Calazans)
Família se reuniu para dar o último adeus durante velório na capela do Cemitério Memorial Park. (Foto: Marcelo Calazans)

Uma vida de amor e dedicação à família interrompida de forma brusca. Vítima fatal de um acidente de trânsito ocorrido na tarde de ontem (11), na rodovia MS-080, entre Rio Negro e Corguinho, a jornalista Lígia Freire Siufi Almeidinha, 32 anos, abandonou a carreira para cuidar dos filhos, um menino de dois e uma menina de três anos. Agora, as crianças ficam sob os cuidados do pai, Alfredo Perez de Almeidinha Neto, 28 anos, e parentes.

Formada em jornalismo, Lígia chegou a trabalhar como assessora do primo Paulo Siufi Neto (PMDB), vereador presidente da Câmara Municipal de Campo Grande por dois mandatos consecutivos, de 2009 a 2012. Depois que os filhos nasceram, ela optou por abrir mão da profissão para, ao menos por enquanto, dar atenção total ao trabalho de mãe.

O acidente aconteceu no momento em que eles seguiam para uma fazenda administrada por Alfredo, na zona rural de Rio Negro, por volta do meio-dia de ontem. A camionete da família foi atingida por um veículo descontrolado que realizava uma ultrapassagem, e capotou. Lígia havia tirado o cinto justamente naquele momento, para poder falar com os filhos que estavam no banco de trás. Solta, ela acabou sendo arremessada e morreu antes mesmo de receber atendimento médico. Os demais não se feriram.

Durante velório na Capital, o tio, Eduardo Francisco dos Santos, engenheiro civil, lembrou dos bons momentos que passou com a sobrinha, e disse que ela era uma pessoa dedicada e que tinha os filhos como sua maior paixão. Gostava de cuidar da casa e ajudava o marido a gerenciar a fazenda a qual visitavam quase que semanalmente. “Eles iam ficar um tempo na fazenda, pois as crianças estavam de férias e queriam aproveitar. O ano letivo ia começar agora em fevereiro e ela estava muito empolgada com isso”, disse Francisco.

“Alegria é a maior marca que ela deixa”, afirmou o tio, lembrando de quando ela era criança e o visitava. “Uma pessoa tão bondosa que acobertava a travessura das outras crianças para que não fossem punidas pelos pais. Ela assumia toda a culpa. Era muito esperta, inquieta e sempre foi bastante comunicativa, acho que até por isso quis estudar comunicação”, completou.

Os filhos dela viram o desespero do pai ao tentar socorrer a mãe, mas apesar de tudo, estão calmos e se mostraram bastante compreensivos com a situação, relatou o pediatra José Palhano, médico da família há anos. “As crianças processam os problemas de uma maneira diferente dos adultos”, avaliou. Francisco disse que a família sempre prezou pela união e que agora, diante desta adversidade, vai se unir ainda mais, “em prol do cuidado com as crianças”, fazendo este sentimento prevalecer.

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