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Capital

Motoristas e delegado concordam sobre "barbaridades" no trânsito

Bruno Chaves | 13/09/2013 10:55
Falta de experiência ou má conduta terminam em infrações diárias no trânsito (Foto: Marcos Ermínio)
Falta de experiência ou má conduta terminam em infrações diárias no trânsito (Foto: Marcos Ermínio)

A ideia de que Campo Grande conta maus motoristas é senso comum. Basta alguns minutos de conversas com os campo-grandenses que a informação vem logo à tona: “o motorista da cidade não usa seta”, “o motorista da cidade não sabe dirigir” ou “o motorista da cidade comprou a habilitação”.

O assunto voltou a ser discutido nesta semana depois que uma quadrilha, acusada de fraudar CNHs (Carteiras Nacionais de Habilitação) na Capital, foi presa pela polícia e pela Corregedoria de Trânsito do Detran/MS (Departamento Estadual de Trânsito).

Até o delegado que investiga o caso, Valmir Messias de Moura Fé, titular da Dedfaz (Delegacia de Defraudações), revelou que percebe várias barbaridades no dia-a-dia do trânsito da cidade.

“A gente percebe a existência de pessoas sem noções básicas de trânsito dirigindo pelas ruas, a gente vê isso claramente, eu mesmo percebo e fico pensando como ela tirou a habilitação”, contou em entrevista anterior ao Campo Grande News.

Nas ruas, o pensamento de quem participa do sistema também é o mesmo. Porém, motoristas e motociclistas concordam que a falta de experiência da maioria é está atrelada a falta de educação e ao nervosismo da população da cidade.

“A falta de educação é o que mais aparece nos motoristas de Campo Grande. O trânsito é feito de pessoas. Uma pessoa mal educada deixa o veículo mal educado e uma pessoa nervosa deixa o veículo nervoso. O veículo reflete o comportamento do condutor”, avalia o mototaxista Micael Paulino Gomes, 38 anos.

Ele conta que pilota de oito a 12 horas por dia e percebe inúmeras infrações no trânsito. “Muita gente não sabe dirigir. O que mais percebo é a seta. Eles ligam a seta e já acham que podem entrar na pista. Eles se esquecem de olhar o retrovisor e não sabem se vem alguém que pode ser atingido”, conta.

Já o técnico de equipamentos médicos e odontológicos, Diórgenes Rodrigues da Silva, 29 anos, é mais radical. Ele acredita que o problema está tanto nos motociclistas quanto nos motoristas. “Tem muita gente que acha que é motoqueiro fantasma e muito motorista que é barbeiro mesmo e não sabe dirigir, por mais que tenha carteira”, ataca.

Confusão atinge até pedestres (Foto: Marcos Ermínio)
Confusão atinge até pedestres (Foto: Marcos Ermínio)
Professor acredita que muitos têm técnicas, mas nem todos têm noção (Foto: Marcos Ermínio)
Professor acredita que muitos têm técnicas, mas nem todos têm noção (Foto: Marcos Ermínio)

Como se não bastasse a falta de educação citada pelos entrevistados, alguns motoristas são apenas funcionais, como acredita o educador Antônio Cardoso, 48 anos. “Tem gente que sabe trocar a marcha, mas não tem noção ou experiência de trânsito”, comenta. O professor ainda explica que, para ele, a principal queixa do trânsito é a falta de bom senso.

“Tem motorista que não deixa o trânsito fluir, não olha no retrovisor antes de virar. Tem gente que dirige devagar na pista onde deveriam andar carros mais rápidos. A maioria não se preocupa com os outros motoristas”, acredita.

A esposa de Antônio, a bancária Wania Nunes, 48 anos, também avalia o mau comportamento dos motoristas de Campo Grande. Para ela, a principal queixa é a fila dupla e a falta de consciência na hora de estacionar o carro. “A gente dá seta para avisar que vai entrar na vaga, mas os outros fazem fila dupla, ficam buzinando e deixam todos nervosos”, reclama.

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