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Capital

Nas ruas, pedestres e condutores dividem medo da violência sob rodas

Mariana Lopes | 04/06/2012 12:41

Para população, falta de consciência é principal motivo de acidentes

Nas ruas, população anda com insegurança (Foto: Minamar Júnior)
Nas ruas, população anda com insegurança (Foto: Minamar Júnior)

A onda de acidentes ocorridos no trânsito de Campo Grande nas últimas semanas, muitos com mortes, tem deixado motoristas, pilotos e pedestres com receio de andar ou trafegar pelas ruas. E para a população, a violência que chega sob rodas tem uma origem única: a falta de consciência e prudência.

Em uma semana foram cinco mortes provocadas por acidentes envolvendo carros, motos e pedestres. Na maioria dos casos, provocados pelo desrespeito à sinalização. O impacto desses números, além das perdas que abalaram famílias e destruíram sonhos, é a insegurança nas ruas.

A dona de casa Alzira Izidório Alves, 61 anos, quase entrou na estatística. Ela conta que na semana passada por pouco não foi vítima de atropelamento. “Eu estava atravessando na faixa e o carro furou o sinal vermelho, quase em pegou”, lembra.

O medo que dona Alzira já tinha em andar pelas ruas, principalmente no centro da Capital, aumentou depois do episódio. “Os motoristas andam em alta velocidade, não param. Eu tenho problema de coluna, não posso correr, como é que faço para atravessar a rua, se eles não respeitam a gente?”, pontua dona Alzira.

Acostumada a atravessar todos os dias a avenida Afonso Pena, palco de muitos acidentes, a operadora de caixa Silvana Candido, 27 anos, concorda que falta mais conscientização dos motoristas, mas também destaca a falta de fiscalização. “É muito difícil ter policiamento de trânsito nas ruas, e isso acaba gerando insegurança, principalmente na nas conversões, que nunca dá para saber de quem é a vez de passar”, observa a jovem.

Na expressão de dona Alzíra o medo de atravessar as ruas depois de quase ter sido vítima de atropelamento (Foto: Minamar Júnior)
Na expressão de dona Alzíra o medo de atravessar as ruas depois de quase ter sido vítima de atropelamento (Foto: Minamar Júnior)
Jair alerta que educação, inclusiva a no trânsito, vem de berço (Foto: Minamar Júnior)
Jair alerta que educação, inclusiva a no trânsito, vem de berço (Foto: Minamar Júnior)

Já o taxista Ricardo Alexandre Bortoleto, 35 anos, rasga o verbo e chama a atenção para a falta de fiscalização durante a madrugada, em saída de baladas. “Muitos acidentes são causados por bebedeira de gente que saí de bares depois de encher a cara. Cadê a polícia nessa hora? Já que sabem que isso acontece... Só servem para multar”, opina.

Em cada cidadão, é perceptível o misto de apreensão e revolta que a violência no trânsito tem causado. “No trânsito, é preciso cuidar de si e dos outros, infelizmente falta educação, e isso vem de berço”, diz o auxiliar de escritório Jair Carvalho, 36 anos, que, segundo ele, desde cedo orienta os filhos, um de 12 e outro de 14 anos, a como se comportarem no trânsito.

Segundo o comandante da Ciptran (Companhia Independente de Policiamento de Trânsito), tenente-coronel Alírio Vilassanti, 50% doa acidentes são provocados por jovens condutores de 18 a 30 anos.

“A maior causa é realmente o desrespeito à sinalização, o fator de risco alia velocidade à alcoolemia”, pontua Vilassanti. De acordo com dados passados pelo comandante, no ano passado foram 750 acidentes com pessoas embriagadas ao volante.

Sobre a fiscalização, Vilassanti garante que há policiamento nas ruas em todos os horários. “O problema é que dirigir após ingerir bebida alcoólica é um comportamento cultural, é preciso uma mudança de mentalidade”, diz.

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