No 1º dia de multa, faltam fiscalização aos motoristas e faixas para pedestre

Campo Grande News flagra desrespeito à legislação e ninguém para multar

No primeiro dia de multa aos motoristas que desrespeitam a faixa de pedestre, o que faltou foi fiscalização. Na região central da cidade, o Campo Grande News avistou apenas um agente da Agetran, durante o final da tarde.

O mesmo vale para a avenida Eduardo Elias Zahran. Onde a campanha esteve intensificada, os pedestres hoje se viam sozinhos.

O que não faltou foram flagrantes e pelos dois lados. Tanto pedestre como motorista.

O Campo Grande News começou o roteiro pela avenida Afonso Pena, região central da cidade. Por onde as obras de recapeamento passaram, nem sinal da faixa de pedestre. Quem caminha podia usar como desculpa, porque o mais se viu foram pessoas atravessando no meio da pista, próximo aos carros e sem cuidado nenhum.

“Toda vez a gente atravessa na faixa, mas aqui bem aqui, cometemos a imprudência. Só acho que deveria ter mais uma faixa. A gente já estava aqui no meio, ia ter que ir lá para atravessar”, justifica a comerciante Vânia Anastácio Barros, 35 anos.

A imprudência a qual se refere foi dita para a equipe quando questionada dos riscos de atravessar daquele modo, mas a fotografia tirada mostra que ela, a filha e a neta de apenas 2 anos, passavam sem o menor receio.

Isso porque Vânia sabe da lei e aponta que os motoristas é que não respeitam. “Muitos motoristas não têm medo da lei e nem dó do dinheiro”, comenta.

Enquanto o Campo Grande News esteve lá flagrou diversos pedestres atravessando sem cuidado em plena Afonso Pena. Uma delas foi Adriana da Silva, 29 anos.

Ela perdeu mais tempo andando de um lado para outro, tentando desviar dos carros do que se tivesse ido até o semáforo para atravessar com mais segurança.

“Está difícil atravessar, mas lá não tem faixa, nem adianta”, explica.

Do outro lado da história a motorista Gisele Pionti, 36 anos, rebate. Segundo ela existem muitos pedestres abusados. “Eles forçam a gente a parar, ali na 14, passam sem nem olhar, como se não tivesse nem aí”, diz.

Ela concorda com a aplicação da lei e a punição na forma de multa. “Realmente quando a gente está atrás do volante não respeita muito. O motorista deveria ter consciência e não ser obrigado. A lei só é válida se pesar no bolso”, relata.

No outro lado da cidade, em horário de pico, na avenida Eduardo Elias Zahran, os pedestres já usam do benefício da legislação em prática. Porém, ainda com certo receio.

Entre os flagras o que ficou evidente é que o primeiro carro até para, quando o pedestre coloca os pés na faixa, mas o segundo, por estar mais afastado, não chega nem a diminuir a velocidade.

Em 20 minutos, três carros impediram a passagem tranquila de quem atravessava a via. O operador de máquinas Judson Oliveira dos Santos, 28 anos, caminhou duas vezes. Foi e voltou na Zahran.

Na primeira travessia, tudo bem. Já na hora de voltar. “Não parou, nem tomou conhecimento. Às vezes tem lugar que você pisa e já param. Só que aqui, tem que olhar para ver se vão parar”, coloca o pedestre.

Lei - Sete pontos na carteira e multa de R$ 191,54. Com esses “incentivos” a Ciptran (Companhia Independente de Policiamento de Trânsito) vai lembrar aos condutores do dever de respeitar a faixa de pedestre.

A campanha educativa, em que os motoristas não são multados, teve início em 10 de novembro. Foram 20 dias de alerta sobre a preferência do pedestre.

O CTB (Código de Trânsito Brasileiro) resguarda a segurança do pedestre. “Os pedestres que estiverem atravessando a via sobre as faixas delimitadas para esse fim terão prioridade de passagem, exceto nos locais com sinalização semafórica”.

A legislação frisa que o motorista tem que esperar a pessoa concluir a travessia da rua mesmo quando o sinal verde abre. Onde não há sinalização, a preferência é do pedestre.