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Capital

Quatro anos depois, Lei Seca ainda padece da falta de fiscalização

Nicholas Vasconcelos e Paula Vitorino | 16/07/2012 19:18
Ação dos Anjos da Nigth do Detran é alternativa para conscientizar motoristas. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Ação dos Anjos da Nigth do Detran é alternativa para conscientizar motoristas. (Foto: Rodrigo Pazinato)

Quatro anos depois de criada, a fiscalização da Lei Seca é questionada por aqueles que frequentam bares e conveniências de Campo Grande. Em comum, a certeza de que a medida é válida, mas que a presença dos que devem garantir o cumprimento da lei poderia ser maior a pontos de consumo de bebidas.

“Eu já cheguei a tirar a chave da ignição de carro e moto de quem não tinha como dirigir, de tão bêbado que estava”, conta um segurança que trabalha há mais de seis anos em um posto da região central da Capital e que prefere não se identificar.

Para ele, o que falta é a presença maior da fiscalização já na saída dos pontos onde se bebe. “A polícia tinha que ter bafômetro já na saída de barzinho, conveniência e não depois quando a pessoa já pegou o carro”, afirma.

A falta de fiscalização mais abrangente também preocupa o comerciante Sérgio Pael, de 46 anos. Ele conta que no grupo de amigos há o rodízio para escolher o motorista da rodada, aquele que deixa de beber para que os outros possam.

“Tem que ter mais contingente, precisa de uma fiscalização que comece aqui no bar, na calçada não adianta esperar até chegar no carro.”

Sérgio também lembra que situação semelhante ocorreu quando o cinto de segurança e o uso do capacete se tornaram obrigatórios. “Com eles teve fiscalização e orientação, durante anos, mas teve até que o motorista mudou”.

Opinião parecida tem o inspetor Fernando Luiz, de 32 anos, que acredita que a fiscalização ampla também é a saída para resolver o problema. “Acabar com o habito de beber e dirigir é quase impossível, mas com a fiscalização dá para diminuir o problema”.

O técnico em contabilidade fiscal, Joelson Botto, de 30 anos, a punição precisa ser maior para o condutor que é flagrado dirigindo. “Se a multa fosse de R$ 5 mil duvido que o motorista fosse beber e dirigir outra vez”, declarou.

Para o vendedor Leonardo Barbosa, de 30 anos, também acha que a punição tem de ser maior. “O carro vira arma na mão de quem bebeu e vai dirigir, arma que mata mais do que revolver”, conclui.

Mudança - De acordos com dados da Ciptran (Companhia Independente de Policiamento de Trânsito), entre os meses de janeiro e junho deste ano foram realizadas 187 blitze em diversos pontos da Capital, sendo que 313 motoristas com algum nível de embriaguez foram flagrados.

O comandante Alírio Vilassanti afirma que a maioria dessas fiscalizações foram realizadas na região central, onde estão concentrados os bares, ou em outros pontos estratégicos, como em frente a locais que vendem bebida alcoólica.

No entanto, ele ressalta que falta conscientização por parte do condutor, já que a fiscalização não pode estar em todos os locais da cidade por 24h.

“Ficam querendo arrumar culpado para a causa do acidente. Falam que é a avenida recapeada, a falta de fiscalização, mas as pesquisas mostram que a maior causa é falha humana”, diz.

Ele ressalta: “o condutor é que tem que mudar a conduta”.

Segundo dados da Ciptran, o excesso de velocidade e a ingestão de bebida alcoólica são uma combinação presente na maioria dos acidentes, que tem o perfil do jovem condutor como principal causador.

Ele ressalta que é preciso mudar a “cultura de beber e dirigir” que está presente no dia a dia da maioria dos motoristas.

Apostas-O Detran/MS (Departamento de Trânsito de Mato Grosso do Sul)tem apostado em iniciativas como os "Anjos da Night", jovens caracterizados de anjos que abordam aqueles que entram ou saem de festas sobre o perigo da combinação alcool e volante.

De acordo com a diretora de Educação e Habilitação do Detran/MS, Elizabeth Félix, a iniciativa tem o objetivo de mudar o comportamento de risco principalmente entre os jovens, já que o índice envolvimento em acidentes entre os motoristas que têm entre um e cinco anos de habilitação chega a 25%.

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