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Capital

Quatro são ouvidos sobre acidente com morte e surge nova versão

Nadyenka Castro | 20/08/2012 10:59

Na informação levada por uma testemunha, quem pilotava moto era adolescente. Defesa fez mais um pedido de liberdade

Gol dirigido por Rubinho bateu na traseira da moto de Luiz André. (Foto: Mariana Lopes)
Gol dirigido por Rubinho bateu na traseira da moto de Luiz André. (Foto: Mariana Lopes)
Motocicleta foi parar entre muro e ponto de ônibus. (Foto: Mariana Lopes)
Motocicleta foi parar entre muro e ponto de ônibus. (Foto: Mariana Lopes)

Quatro pessoas foram ouvidas pela Justiça nesta segunda-feira sobre o acidente ocorrido no dia 10 de junho deste ano, no bairro Vida Nova, em Campo Grande, que resultou na morte de Luiz André Gonzales dos Santos, 19 anos, e na prisão de Rubinho da Silva de Souza.

Uma das testemunhas trouxe nova versão à colisão, totalmente diferente da apresentada inicialmente pela Polícia. Com isso, a defesa de Rubinho fez novo pedido de liberdade provisória.

A informação oficial sobre o acidente é de que a moto pilotada por Luiz André foi atingida pelo Gol conduzido por Rubinho, que estava embriagado. Conforme laudo policial, a motocicleta estava na via preferencial e o motorista do carro não respeitou a sinalização de parada obrigatória, causando a colisão traseira.

Na moto estava também uma jovem de 18 anos, que ficou ferida. Na época do acidente ela tinha 17 anos. Ela foi a primeira pessoa ser ouvida pela Justiça e disse que se lembra de pouca coisa sobre a colisão, se recordando apenas de coisas que ouviu de moradores do bairro.

Questionada pelo advogado de Rubinho, Gildásio Gomes de Almeida, se era Luiz André quem conduzia a moto, a jovem respondeu. “”Que eu me lembro era ele quem conduzia”. Esta situação e ainda a possibilidade da moto não ter respeitado a sinalização foram duas novidades levadas à Justiça sobre o acidente.

A mãe da jovem também prestou depoimento e pouco falou sobre o caso. Um dos policiais militares que fez a prisão de Rubinho também. Ele contou que encontrou o motorista há “três, quatro quadras” do local do acidente e que Rubinho exalava odor etílico.

Nova versão- A novidade em relação às informações até então conhecidas foram levadas à Justiça por um rapaz que contou que seguia em um veículo atrás do carro de Rubinho.

Segundo ele, era Rubinho quem seguia pela preferencial, era a jovem quem pilotava a moto e foi ela quem não respeitou a sinalização. Ele relatou também que o acidente aconteceu após o motorista ultrapassar dois veículos e que a motocicleta estava parada no meio da pista – depois de não ter obdecido a placa de Pare – e feito conversão à direita.

“Ela entrou e parou”, disse a testemunha, referindo-se ao fato da jovem estar pilotando a moto, ter virado na via por onde trafegava Rubinho e parado repentinamente. A moto foi atingida na traseira e com o impacto, lançada a vários metros e ficou entre um muro e um ponto de ônibus.

Luiz André morreu no local. A jovem ficou internada por 11 dias na Santa Casa, para onde foi levada desacordada.

Acusação - De acordo com o MPE (Ministério Público Estadual), duas testemunhas que confirmam a versão oficial não compareceram à audiência desta segunda-feira. O MPE insiste no depoimento delas em outra data.

Defesa - Diante da nova versão sobre o acidente, Gildásio fez o terceiro pedido de liberdade para Rubinho, que foi preso em flagrante e continua na cadeia. A solicitação será apreciada pelo MPE e depois pelo juiz Alexandre Ito, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, a quem cabe a decisão.

Ele explica que as informações da Polícia sobre o caso foram elaboradas a partir de relatos de algumas testemunhas, mas, que há outras que confirmam que Luiz André estava na garupa da moto e que a jovem não obedeceu a sinalização.

Família - Duas irmãs e Luiz André acompanharam a audiência. Laila Paula dos Santos, 22 anos, lembra que o irmão saiu de casa para comprar sorvete e refrigerante. Após a compra, parou para conversar com amigos em um lava-jato e lá encontrou a jovem.

“Os amigos do meu irmão disseram que ela chegou com uma mochila nas costas e falou assim: Paraguai, me leva ali”, diz Laila. Esse ali, seria uma nova casa que ela iria morar, após ter saído da casa da mãe e também de amigos.

Luiz André era o filho do meio de Matilda Gonzales, 40 anos, e único homem. “Ele era muito família, trabalhador. Só quero Justiça “, diz.

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