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Capital

Só em 2012, Santa Casa já atendeu 1,4 mil vítimas de acidentes de trânsito

Mariana Lopes | 12/04/2012 15:35

Desse total, 73% são pessoas que se acidentaram quando estavam de motocicleta

Todos os dias acidentes de trânsito são destaques nos jornais. Dos mais graves às pequenas batidas, eles são o resultado, na maioria das vezes, da imprudência de condutores. A consequência são números exorbitantes de vítimas que passam pelo Pronto Socorro da Santa Casa, maior hospital de Mato Grosso do Sul.

De acordo com dados repassados pela assessoria de imprensa do hospital, de janeiro a março deste ano, foram 1.402 atendimentos a vítimas de acidente de trânsito. Dessas vítimas, 1029, ou 73%, sofreram acidentes de motocicleta. Comparado ao mesmo período do ano passado, o número aumentou ligeiramente. Em 2011, foram 1.387 acidentes, dos quais 839 envolvem motociclistas.

No setor de Ortopedia da Santa Casa, a maioria dos pacientes é vítima de acidente com moto. Em praticamente 100% dos casos, a maior sequela deixada é o medo de andar no veículo novamente.

Erick está com peso de 10 quilos para o quadril não encolher (Foto: Mariana Lopes)
Erick está com peso de 10 quilos para o quadril não encolher (Foto: Mariana Lopes)

O auxiliar de construção Renildo de Oliveira, 46 anos, tinha medo do trânsito mesmo antes de sofrer o acidente, no dia 4 de abril. Ele conta que estava na garupa da moto do cunhado quando um caminhão os fechou.

Mesmo alegando que a imprudência não tenha sido do piloto que estava com ele, o alerta é sobre a falta de segurança do veículo. “O parachoque da moto é o pneu, mas acho que falta um pouco mais de respeito dos motoristas com quem anda de moto”, opina.

Até para quem é acostumado a pilotar, o acidente deixa o rastro do medo. “Piloto desde os 13 anos, mas agora não quero mais saber de moto”, diz a autônoma Thaís Rodrigues dos Santos, de 23 anos, que se acidentou no dia 23 de março e está internada na Santa Casa desde então.

Embora já tenha passado por uma cirurgia no joelho e aguarde vaga no centro cirúrgico do hospital para fazer outra no tornozelo, a maior dor de Thaís não são os ferimentos, mas sim a preocupação com as duas filhas. “Penso muito nelas, se tivesse acontecido algo pior comigo, como elas ficariam?”

Segundo a assessoria de imprensa do hospital, há casos nos quais pacientes chegam a ficar mais de um mês aguardando vaga para conseguir operar.

Thaís já passou por cirurgia no joelho e aguarda vaga no Centro Cirurgico para operar o tornozelo (Foto: Mariana Lopes)
Thaís já passou por cirurgia no joelho e aguarda vaga no Centro Cirurgico para operar o tornozelo (Foto: Mariana Lopes)
Renildo aguarda cirurgia no joelho (Fotos: Mariana Lopes)
Renildo aguarda cirurgia no joelho (Fotos: Mariana Lopes)

Transferência - O estudante Erick Feitosa, 21 anos, sofreu acidente de moto na última sexta-feira (6), em Coxim, e fraturou o quadril. Segundo o jovem, como no hospital da cidade não há estrutura para atendê-lo, foi transferido para a Santa Casa.

Enquanto aguarda vaga no Centro Cirúrgico, ele tem tração de 10 quilos na perna direita para o quadril não encolher. “Ainda não há previsão da minha cirurgia, mas estou medicado, sendo bem tratado. O ruim é ter que ficar no hospital”, diz.

Mas por falta de cuidados Erick não irá sofrer. Na cadeira de fios ao lado da cama do rapaz, a mãe dele, Vanda Silva dos Santos, 46 anos, se ajeitou para não deixar o filho sozinho. “Ele é o que tenho de mais precioso, larguei tudo em Coxim para ficar aqui com meu filho”, afirma.

E os cuidados de dona Vanda não começaram agora. Ela conta que, sempre teve medo de moto, mas não tinha como impedi-lo de pilotar. “Falava para ele tomar cuidado, mas foi acidente, né?! É um risco que qualquer um corre”, observa.

Segundo acidente - Vítima de acidente de trânsito pela segunda vez, o soldador Ronny Ferreira de Souza, 26 anos, conta que ficou dois anos sem pilotar e voltou a andar de moto por necessidade, mas afirma que desta vez irá abandonar mesmo as duas rodas.

Ele se acidentou no dia 7 de abril, e também está internado esperando vaga para fazer a segunda cirurgia, na bacia. A primeira foi no fêmur.

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