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Capital

Só punição de infrator pode reduzir violência no trânsito, diz pesquisadora

Aline dos Santos | 24/01/2014 14:35
Moto tem três pessoas e criança sem capacete. (Foto: Marcos Ermínio)
Moto tem três pessoas e criança sem capacete. (Foto: Marcos Ermínio)

A responsabilização do condutor pelos seus atos é apontada como uma das principais medidas para mudança de comportamento no trânsito. O princípio do “crime e castigo” foi defendido pela coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Trânsito e Álcool, Tanara Sousa.

“É responsabilizar o indivíduo pela sua prática, que tem impacto na vida de outras pessoas, da sociedade”, afirma. A pesquisadora faz parte da equipe-técnica do Projeto Vida no Trânsito, coordenado pela OMS (Organização Mundial de Saúde), que busca a redução de acidentes e mortes em cinco capitais brasileiras.

A equipe, com representantes da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e do Johns Hopkins University, universidade dos Estados Unidos, passou dois dias em Campo Grande. Eles retornarão mais cinco vezes para realizar pesquisa sobre velocidade e álcool. A proposta é ouvir 800 motoristas na cidade.

De acordo com Tanara Sousa, os acidentes impactam a sociedade. E exemplifica que o tratamento no SUS (Sistema Único de Saúde) é custeado com o dinheiro público.

Túnel do tempo – Na Justiça desde 12 de agosto de 2008, o processo de homicídio simples contra Anastácio da Silva Yarzon Ortiz segue sem desfecho. No dia 9 de agosto de 2008, ele se envolveu em acidente com duas mortes no cruzamento da rua Santa Barbára e avenida Via Parque, em Campo Grande.

De acordo com a denúncia do MPE (Ministério Público Estadual), o réu estava embriagado, em velocidade incompatível para o local e invadiu a preferencial.

O jovem, à época com 18 anos, não tinha CNH (Carteira Nacional de Habilitação). Ele conduzia um Pálio. As vítimas que morreram - Kaique Gabriel Britto Sena e Dener César Nunes de Araújo – estavam em um Gol.

"É responsabilizar o indivíduo pela sua prática", afirma Tanara. (Foto: Marcos Ermínio)
"É responsabilizar o indivíduo pela sua prática", afirma Tanara. (Foto: Marcos Ermínio)

O teste de alcoolemia de Anastácio Ortiz constatou 0,93 mg de álcool por litro de ar expelido pelos pulmões, acima do permitido por lei. A Justiça aguarda prosseguimento de agravos no STF (Supremo Tribunal Federal) e STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Fiscalização – Se sobram infrações, falta fiscalização no trânsito de Campo Grande. A situação pode ser retratada em números: são 472.922 veículos, 357.063 condutores habilitados e 180 agentes e policiais atuando diretamente na fiscalização nas ruas.

Ainda assim, por dia, a média no ano passado foi de 810 infrações por dia, num total de 295.993. No entanto, é fácil flagras desrespeitos, como avançar semáforo, conversões proibidas e crianças sem a menor segurança em motos.

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