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Capital

Trânsito caótico põe Tiradentes na liderança do ranking de acidentes

Viviane Oliveira | 15/04/2013 08:32
Marisa afirma que no cruzamento da Marquês de Pombal com a Cândido L. de Barros precisa de um semáforo com urgência. (Fotos: Marcos Ermínio)
Marisa afirma que no cruzamento da Marquês de Pombal com a Cândido L. de Barros precisa de um semáforo com urgência. (Fotos: Marcos Ermínio)
Bráulio disse que as vezes tem que andar nas calçadas por causa do grande fluxo de veículos em horários de rush. (Foto: Marcos Ermínio)
Bráulio disse que as vezes tem que andar nas calçadas por causa do grande fluxo de veículos em horários de rush. (Foto: Marcos Ermínio)

Ao falar sobre trânsito, Marisa Borges, de 60 anos, ainda se lembra do acidente que ocorreu em 2011 em frente a sua loja de móveis. A vítima, que morreu na hora, era sua amiga e levava a filha para a escola em uma moto Biz, quando foi atingida por uma caminhonete, na rua Marquês de Pombal, no bairro Tiradentes. A mulher não resistiu ao ferimento e morreu. A filha, que na época tinha 17 anos, sobreviveu após ficar vários dias internada na Santa Casa.

Quase dois anos depois da tragédia, o trânsito no local continua matando e ferindo pessoas. Dados do Detran (Departamento Estadual de Transito) apontam que a maioria dos acidentes no mês de fevereiro deste ano, com exceção da região Central, ocorreu no bairro Tiradentes. 

No total, foram contabilizados 40 acidentes, o bairro só perde para a região Central que registrou no mesmo período 220. No mês de janeiro, o Tiradentes ficou em 9º posição e, em primeiro lugar no ranking de acidentes, o bairro Amambaí.

“O trânsito no bairro cresceu muito depois que veio para cá um condomínio e um hipermercado. Estamos precisando que a sinalização aqui seja revista e reforçada pelo órgão responsável por cuidar do trânsito”, disse Marisa.

Segundo a Ciptran (Companhia Independente de Polícia de Trânsito) de janeiro até agora foram registrados no total 2.935 acidentes na Capital, com vítimas foram contabilizados 1.326, desses, 10 foram com mortes no local.

Moradora há 15 anos na rua Candido L. de Barros, no Tiradentes, a dona de casa Lucila Coelho, de 60 anos, conta que antes ficava incomodada, mas agora quando acontece um acidente corre para socorrer. “Eu ajudo conversando, segurando na mão. Tem cruzamento no bairro que deveria ter obrigatoriamente um semáforo, aqui por exemplo, não passa um fim de semana sem ter uma batida", cobra.

Acidente em que mãe morreu e filha ficou gravemente ferida, no cruzamento da avenida Marquês de Pombal com a Cândido L. de Barros. (Foto: Simão Nogueira)
Acidente em que mãe morreu e filha ficou gravemente ferida, no cruzamento da avenida Marquês de Pombal com a Cândido L. de Barros. (Foto: Simão Nogueira)

Perto dali, na rua José Nogueira Vieira, Bráulio Barros, de 67 anos, cuida de uma depósito de material de construção. Bráulio mora no mesmo bairro, mas para chegar ao trabalho anda pelo menos 10 quadras de bicicleta. Ele conta que às vezes chega a andar nas calçadas com medo do movimento intenso de veículos nas principais avenidas.

“O Tiradentes cresceu muito, já está na hora de ser feito alguma coisa para melhorar o fluxo no trânsito. Aqui quando um carro estaciona no meio-fio já tranca a via porque a rua ficou estreita demais”, destaca.

De acordo com o tenente-coronel da Ciptran (Companhia Independente de Polícia de Trânsito), Alírio Villasanti Romero, existe um grupo, composto pela Polícia de Trânsito, Corpo de Bombeiros, Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência), Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) e Polícia Militar, que faz um levantamento das regiões e ruas que mais acontecem acidentes para verificar o que aconteceu e buscar soluções que podem incluir fiscalização, engenharia de trânsito ou blitz educativa. “Fazemos uma análise criminal sobre o caso e buscamos sugestão da população da região”, disse Villasante.

No caso do Tiradentes o major afirma que já tem algumas ações direcionadas para o bairro, uma delas, será no mês que vem em uma escola estadual da região. “Em parceria com acadêmicos de Direito da Uniderp/Anhanguera vamos fazer um trabalho de educação no trânsito com as crianças da escola”, conta.

Por meio da assessoria de imprensa da Prefeitura, a Agetran informou que está fazendo um estudo e levantamento da situação viária do Tiradentes. Ainda de acordo com o órgão, após discutir com a comunidade local, o projeto será apresentado ao prefeito Alcides Bernal (PP) para viabilizar recursos e ser implantado.

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