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Cidades

Eleitos "opressores da irmandade", agentes e policiais eram alvos do PCC

O grupo foi desmontado durante operação realizada pela Deco (Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado)

Viviane Oliveira e Mirian Machado | 20/03/2019 09:21
Policiais militares do Batalhão de Choque deram apoio em operação (Foto: Henrique Kawaminami)
Policiais militares do Batalhão de Choque deram apoio em operação (Foto: Henrique Kawaminami)
Presos chegando na Deco para prestarem esclarecimentos sobre o fato (Paulo Francis)
Presos chegando na Deco para prestarem esclarecimentos sobre o fato (Paulo Francis)

Os integrantes da "central de inteligência do PCC" (Primeiro Comando da Capital) tinham plano de executar 12 servidores da segurança pública, sendo agentes penitenciários, diretores e policiais, de acordo com o diretor-presidente da Agepen (Agência Estadual de Gestão do Sistema Penitenciário), Aud de Oliveira Chaves. “Os alvos eram chamados pela facção criminosa de opressores da irmandade”, disse.

Conforme o diretor-presidente, dois dos 20 alvos da ação da polícia estão foragidos e equipes fazem buscas para tentar encontrá-los. Os presos levados à delegacia até agora foram identificados como Augusto Macedo Ribeiro, o Abraão, Laudemir Costa dos Santos, o dentinho, Willyan Luiz de Figueiredo, o Daniel, Diego Duveza Lopes Nunes, o Pitbull, Wantensir Sampatti Nazareth, o Inverno e Maicron Selmo dos Santos, o Maestro. O grupo, segundo a polícia, tinha a função de liderança e era responsável pela central da facção. Eles serão indiciados pelos crimes de ameaça e organização criminosa.

Polícia Civil fez organograma do esquema da facção criminosa (Foto: divulgação/Polícia Civil)
Polícia Civil fez organograma do esquema da facção criminosa (Foto: divulgação/Polícia Civil)

O plano foi desmontado durante a Operação Impetus (contra-ataque) realizada pela Deco (Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado) desde as 5h40 desta quarta-feira (20). Os mandados foram cumpridos no Presídio de Segurança Máxima Jair Ferreira de Carvalho em Campo Grande e na PED (Penitenciária Estadual de Dourados). Policiais do Batalhão de Choque deram apoio à operação.

Conforme a delegada Ana Cláudia Medina, responsável pelas investigações, a central criada pelo grupo criminoso foi montada de forma compartimentada e reservada dentro da própria facção. Presos com funções de liderança criminosa recrutaram internos integrantes do PCC distribuídos entre os presídios e alguns simpatizantes, repassando-lhes a missão, chamada de "salve do quadro" para que levantassem de forma sigilosa dados pessoais e profissionais de servidores de segurança pública para executá-los. Além de Campo Grande, o PCC tinha alvos em mais quatro municípios: Dois Irmãos do Buriti, Dourados, Naviraí e Três Lagoas. 

Mensagem - Em uma das mensagens, via WhatsApp que a polícia teve acesso, mostra comparsa do grupo pedindo ajuda de um interno: "Daniel, eu preciso do levantamento do nome do diretor dos agentes mano, ai da Máxima nóis qué do Mohamed. Monta um serviço de inteligência com o Dentinho com os manos, entra no Facebook, vamos pesquisar Facebook deles com foto deles, dos agentes, dos diretores, entendeu meu truta. Nós precisa saber nome deles completo, fotos deles, levantamento completo. O "Resumo" está me cobrando. Tem como você me apoiar e trazer esse retorno (sic)”. (Na linguagem deles, "Resumo" é quem tem o posto mais alto na facção). Ouça, abaixo, o áudio.

Presos durante a operação (Foto: divulgação/Polícia Civil)
Presos durante a operação (Foto: divulgação/Polícia Civil)
Todos são internos da Máxima e da PED (Foto: divulgação/Polícia Civil)
Todos são internos da Máxima e da PED (Foto: divulgação/Polícia Civil)
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