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Cidades

Em ano de covid, gasto milionário do Exército não é só com camarão

Aquisição de camarão, uísque e vinhos virou notícia nacional e se soma a outras compras do tipo durante o ano

Marta Ferreira | 30/10/2020 15:37
Sede do Comando Militar do Oeste em Campo Grande, cujas compras têm chamado atenção. (Foto: Arquivo/Campo Grande News)
Sede do Comando Militar do Oeste em Campo Grande, cujas compras têm chamado atenção. (Foto: Arquivo/Campo Grande News)

Em ano de pandemia e consequente crise, com discursos cotidianos de austeridade nos gastos públicos, o Exército chamou atenção com compras milionárias em todo o País, inclusive para as unidades de Mato Grosso do Sul, onde as Forças Armadas tem forte presença.

A  licitação mais recente a virar assunto foi a compra, pela 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada do Exército, em Dourados, a 233 km de Campo Grande, para a contratação de serviços de buffet com direito a uísque 12 anos, cerveja e vinho de quatro tipos e ainda pratos salgados sofisticados, como coquetel de camarão. O valor envolvido é de R$ 8 milhões, segundo divulgou a revista Veja.

No começo do mês, em reportagem da Revista Piauí, outro gasto questionado foi o uso de  dinheiro da Operação “Verde Brasil 2”, criada para combater a devastação da Amazônia para reforma de prédios, incluindo unidades sul-mato-grossenses. Em Coxim, na região norte, foram gastos mais de R$ 2,1 milhões em obras com recurso  da iniciativa para preservar o bioma amazônico.

Antes desse caso, o Campo Grande News noticiou outras compras. Em junho, por exemplo, quando o país já enfrentava mais de três meses de pandemia de covid-19, foi feito processo para comprar R$ 4 milhões em materiais permanentes, conforme licitação  do 9º Grupamento Logístico e demais organizações da guarnição de Campo Grande. Entre os itens da lista estão mesas de sinuca, tênis de mesa e pebolim, além de televisões e caixas de som da “marca JBL ou de melhor qualidade”. Cada par foi estimado em R$ 1,3 mil.

À época, o edital do CMO defendia que a compra tem objetivo de “readequar e modernizar” os diversos equipamentos e mobiliários das seções e subunidades.

Nas reportagens citadas feitas pelos veículos nacionais, as explicações do Exército foram distintas. Sobre a matéria da revista Veja, que fala da compra de serviços para festas, a alegação é de que as quantidades previstas são estimadas para prover o Comando da 4ª Brigada e suas organizações militares por 12 meses.

Quanto ao gasto de recurso da Amazônia para reformas, foi dito à Piauí que as obras foram feitas porque a unidade enviou tropas para a atuação na Operação Verde Brasil 2.

O Campo Grande News, nas situações noticiadas, pediu mais detalhamento ao Comando Militar do Oeste, mas não houve retorno.

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