Lobista investigado por venda de sentenças deixa presídio por risco de morte
Ministro do STF concedeu habeas corpus após laudo médico apontar quadro de saúde crítico
Alvo das operações Sisamnes e Ultima Ratio, que investigam um esquema de venda de sentenças judiciais envolvendo magistrados e advogados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, o lobista Andrerson de Oliveira Gonçalves, de 45 anos, deixou a Penitenciária Federal da Papuda, em Brasília, após oito meses de prisão preventiva. Ele foi autorizado a cumprir prisão domiciliar em Primavera do Leste (MT).
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A decisão foi assinada nesta semana pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Cristiano Zanin, com base em laudo médico que apontou risco iminente de morte. Segundo o jornal Folha do Estado, o documento, elaborado por uma junta médica, descreve o estado de saúde de Andreson como “esquelético”. A PGR (Procuradoria-Geral da República) deu parecer favorável à substituição da prisão.
Quando foi preso, em 26 de novembro de 2024, Andreson pesava 93 kg. Durante o período de reclusão, perdeu mais de 30% da massa corporal. Em carta enviada ao STF, relatou quadros de depressão e pensamentos suicidas. Desde janeiro, sua defesa vinha solicitando o benefício da prisão domiciliar por razões humanitárias.

Inicialmente detido em Cuiabá (MT), no âmbito da Operação Sisamnes, Andreson é suspeito de intermediar negociações de decisões judiciais no Tribunal de Justiça de Mato Grosso. Ele também é citado 43 vezes na investigação da Operação Ultima Ratio, deflagrada pela Polícia Federal em Mato Grosso do Sul, que resultou no afastamento de cinco desembargadores, um juiz e um conselheiro do TCE-MS (Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul).
De acordo com a PF, o lobista atuava como elo entre o advogado Roberto Zampieri, assassinado em dezembro de 2023, em Cuiabá, e magistrados investigados por corrupção. Em Mato Grosso do Sul, ele aparece em conversas com o desembargador Marcos José Brito Rodrigues, com quem trocava prints e mensagens sobre processos milionários em tramitação no TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). Um dos casos envolvia uma ação no valor de R$ 64 milhões.
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