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Capital

"Ela tentou correr e eu continuei atirando", diz Thamara em julgamento

Thamara, que foi presa três dias depois do crime, está na “Unidade Materno Infantil” do Estabelecimento Penal Feminino “Carlos Alberto Jonas Giordano”, em Corumbá

Viviane Oliveira e Bruna Kaspary | 20/09/2017 11:16
Depoimento da ré foi por videoconferência (Foto: Marina Pacheco)
Depoimento da ré foi por videoconferência (Foto: Marina Pacheco)

“Pedi para urinar. Ela mandou que eu fizesse no jardim. Neste momento, decidi matá-la. Atirei uma vez. Ela tentou correr, mas continuei atirando”, disse durante julgamento por videoconferência Thamara Arguelho de Assis, 22 anos, ré confessa de ter matado com três tiros a rival, Victória Correia Mendonça, 18 anos, em julho do ano passado.

Thamara, que estava grávida na época do assassinato, deu à luz a uma menina na cadeia. A criança seria filha de Weverton Silva Ayva, 28 anos, pivô do crime. Ele foi assassinado em setembro do ano passado, quando saía do semiaberto.

Ainda segundo depoimento, a acusada contou que estava grávida e vivia sendo provocada por Victória, por meio de mensagem pelo WhatsApp. A vítima mantinha relacionamento amoroso com Weverton. Questionada de como conseguiu a arma usada no crime, Thamara se esquivou e não disse.

No dia do assassinato, Thamara ligou para Victória. As duas se encontraram na casa da vítima. Elas discutiram. “Chamei um mototáxi. Enquanto isso continuamos a briga. Pedi para ir ao banheiro. Ela mandou que eu fizesse xixi no jardim. Mandei o mototáxi esperar na esquina e entrei no quintal para urinar. Foi nessa hora que fiz o primeiro disparo. Ela ainda tentou correr, mas continuei atirando”, relata. Victória foi morta com tiro na cabeça, na axila e nas costas.

A jovem completa o relato dizendo que não era a primeira vez que Weverton havia lhe traído. “Aconteceram outros vezes, mas tinha o perdoado”, lamentou. 

Após o crime, Thamara fugiu, mas se entregou três dias depois. Hoje, com dois filhos, uma delas bebê, a ré se diz arrependida. “Na vila onde moro é assim. A maioria das adolescentes está envolvida no mundo do crime. Eu, por exemplo, comecei a usar drogas com 14 para 15 anos”.

Vestidos com camisetas estampada com a foto de Victória, o pai e a madrasta da vítima tiveram que tirar a blusa e colocar pelo lado do avesso para participar do julgamento. A justificativa é de que não pode haver nenhuma manifestação no tribunal do júri.

Marcado para às 8h, o júri começou com 45 minutos de atraso devido a um problema no equipamento que transmitiu o depoimento da ré. Thamara havia pedido, por meio da defesa, para não acompanhar o julgamento, mas mudou de ideia.

Ela não veio à cidade para não deixar a filha sozinha, que está com ela no presídio. A jovem foi transferida para o interior depois de brigar com internas e agentes no presídio feminino da Capital. O resultado do júri deve sair no começo da tarde. 

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